Os cuidados com a tireoide no período de pós-pandemia de covid-19 devem ser maiores. O alerta é da médica endocrinologista do Sistema Hapvida, Dra. Fernanda Máximo.
Ocorrências comuns durante a pandemia, como as infecções, afetam essa glândula, que é responsável pelo metabolismo do corpo humano. “Observar sinais que o corpo manifesta sempre foi importante. Essa prática é ainda mais necessária agora, após a pandemia”, diz a médica.
Segundo a médica, boa parte dos pacientes chega aos consultórios com dúvidas sobre o que é tireoide. “É uma glândula localizada na parte anterior do pescoço. Ela fica abaixo da região conhecida como pomo de Adão, que, em algumas partes do Brasil é chamada popularmente de gogó”, conta Dra. Fernanda.
A principal função da glândula é garantir o equilíbrio e a harmonia do organismo. “A dúvida dos pacientes envolve basicamente esse funcionamento. A pessoa busca saber se há algum transtorno hormonal ou um nódulo ou cisto”, relata a médica.
A tireoide está relacionada ao funcionamento de órgãos vitais, como o coração, cérebro, fígado e rins. Também atua no desenvolvimento das crianças e adolescentes. Já entre os adultos, sua interação se dá em processos como os ciclos menstruais, fertilidade, peso, memória e no controle emocional.
Doenças da tireoide: quais os sintomas
Algumas doenças da tireoide incidem mais nas mulheres. Independentemente desse aspecto, alterações nas taxas de metabolismo de diversos órgãos e sistemas devem ser tratadas.
Parte dos casos resulta do hipotireoidismo, que é a baixa produção de hormônios. Os sinais de hipotireoidismo são: cansaço excessivo e falta de energia, reflexos mais lentos, prisão de ventre, diminuição da frequência cardíaca, ganho de peso e déficit de memória, entre outros.
Já os sintomas do hipertireoidismo envolvem: aceleração dos batimentos cardíacos, irritação, insônia, queda de cabelo, calor e suor frequentes. Como o nome diz, hipertireoidismo é fruto de uma produção hormonal excessiva.
Há sintomas visíveis, segundo a endocrinologista do Hapvida. “Em alguns pacientes, a pele resseca e o cabelo fica mais fino”, afirma.
O intestino também se altera. No hipertireoidismo, pode ocorrer diarreia. Já no hipotireoidismo, ocorre a prisão de ventre.
Porém, parte dos casos apresenta sintomas parecidos. É o caso da fadiga, presente tanto na alta como na baixa produção hormonal.
A médica resume: a baixa produção deixa o organismo da pessoa “mais lento”. Por outro lado, o hipertireoidismo acelera o metabolismo.
Exames periódicos
Se o paciente tem dúvidas, o correto é realizar exames periódicos. Essa recomendação envolve principalmente as pessoas com mais de 40 anos de idade, inclusive aqueles que não tiveram covid – há variações hormonais ocasionadas por fatores genéticos.
Alteração na tireoide em pelo menos dois parentes próximos também exige acompanhamento. O mesmo é recomendado para portadores de doenças autoimunes – como diabetes tipo 1, artrite e lúpus, entre outras.
“As alterações na tireoide devem ser acompanhadas por um especialista. Ao reconhecer um ou mais sinais, procure assistência médica para a obtenção de um diagnóstico preciso. Esse diagnóstico apontará o que fazer. Os tratamentos estão cada vez mais aprimorados e garantem uma boa qualidade de vida ao paciente. O importante é que as pessoas façam os exames periodicamente”, afirma Dra. Fernanda.