Inteligente, centrado e de fala fácil e objetiva. Thiago Carpini, novo técnico da Internacional, impressionou os presentes em sua coletiva de apresentação na manhã de hoje no Palacete Levy.
Carpini rasgou elogios a Internacional, citando a história, o título de 1986, o patrimônio e a tradição deste conhecido time do interior paulista.
“Assumir a Internacional é uma responsabilidade muito grande. É um time que tem camisa. Tem valor. Ter todo esse respaldo da diretoria é muito importante. Vamos trabalhar por coisas maiores. Gosto deste tipo de projeto. Apesar de ser jovem, vivo do futebol há muito tempo. Quero deixar uma página bonita nesse clube. E quero deixar bem claro, que sou desprovido de vaidade. Gosto de conversar com a imprensa e gosto de ser cobrado, pois desta forma posso crescer mais. Posso garantir que vou dar o meu melhor”, comentou.
Sobre estilo de jogo, Carpini afirmou que seu DNA é ofensivo e que gosta de times rápidos. Disse que não leva muito em consideração a idade dos reforços e sim, do que eles podem produzir em campo.
“Todo time precisa ter equilíbrio. Temos que ter os pés no chão, mas nossa meta é formar uma equipe competitiva. Já tenho uma lista com 20 reforços, mas quem vai cuidar disso é o Enrico. Espero que ele consiga fechar com a maioria”, sorriu.
Um dos reforços pedido por Carpini é o meia Rondinelli, ex-Santo André e hoje titular do América de Natal.
“Ele jogou comigo no Guarani em 2019 e foi muito bem. E está bem no América. Se ele não renovar com o time de Natal, espero que reforce a Inter no Paulistão. Seria um camisa 10 fundamental para nosso esquema. Posso adiantar que trarei outro meia ofensivo, mas nesse caso, que faça o um contra um, ou seja, mais rápido”, destacou.
Thiago Carpini afirmou que espera contar com o retorno de Speed Tcharlles, emprestado ao Remo para a Série C do Campeonato Brasileiro. O treinador elogiou o trabalho de Elano Blumer, primeiro por ter mantido a Inter na elite e segundo, pelas contratações de Airton e Lucas Braga.
“O Elano é um amigo que tenho. Conversei muito com ele sobre a Inter. Ele foi muito feliz ao encontrar esses dois velocistas de lado de campo no último Paulistão, algo raríssimo hoje em dia no futebol”, citou.
Carpini disse que não é fácil competir com times mais estruturados financeiramente, casos de Mirassol e Novorizontino.
“Estamos vendendo a ideia do projeto para esses atletas. Mostramos que podemos pagar em dia, que o time será competitivo e que agora teremos um CT. Foi assim que conseguimos fechar com o Roger. Esses dois times que citei fizeram propostas muito melhores para o centroavante, mas ele apostou no nosso projeto. Isso me deixa confiante que podemos trazer mais jogadores deste nível”, salientou.
Sobre Roger, Carpini pediu paciência com a camisa 9.
“Por onde passou, sempre foi goleador. É um centroavante de presença de área, de liderança em campo e que vai nos ajudar muito. Tenho certeza que ele vai se dar bem na Inter. No Operário/PR ele só ficou oito jogos e pediu para sair. Vamos fazer um esquema para ele que não precise voltar para marcar. Que fique na área para fazer os gols que tanto precisaremos”, explicou.
Sobre as duas vitórias que teve em cima da Inter comandando o Guarani no Paulistão, Carpini contou que estudou demais o Leão, principalmente no segundo jogo, válido pelo Troféu do Interior.
“Vi pequenos buracos entre o meio de campo e o ataque. Foi ali que decidi trabalhar. Fomos felizes e vencemos ambos”, confidenciou.
Carpini lembrou que a Inter estará atrasada em relação aos demais times do Paulistão em termos de preparação, ou seja, daqueles que estão disputando os Brasileiros das Séries A, B, C e D.
“Essa é uma dificuldade que teremos. Enquanto muitos times ainda estarão jogando no começo do ano, nós estaremos apenas treinando, sem jogo. É por isso que não podemos errar em contratações e na preparação do time”, completou.
O presidente Lucas D’Andrea disse que Carpini se encaixou perfeitamente em tudo aquilo que ele esperava de um treinador.
“A sua contratação foi pautada em planejamento, respeito, transparência e responsabilidade. Pilares fundamentais para o sucesso de um projeto. Nós apresentamos o nosso projeto a ele. Gostamos da forma como ele pensa o futebol. Desde o primeiro momento houve uma sintonia muito grande entre o profissional e a nossa diretoria. Ele tem capacidade e trabalha muito. Tenho certeza que acertamos na escolha”, comentou.
Enrico Ambrogini, CEO da Internacional, disse que a Internacional optou por Thiago Carpini por um estilo de jogo diferente. “Ele tem cabeça moderna. Precisamos dar um passo à frente. Esse ano foi muito difícil. Além da pandemia, pagamos dívidas. Agora precisamos crescer”, afirmou.