As fotos que eternizaram a cerimônia de inauguração da alça de acesso do Viaduto Antonio Feres, que ocorreu ontem de manhã (15), aniversário de 195 anos de Limeira, tiveram um desfecho inusitado. Próximo ao prefeito Mario Botion e demais autoridades que participavam do evento, era possível observar um cãozinho deitado confortavelmente no gramado, ao lado da marginal oeste – que também recebeu obras. Era o “Magrelo”, que estava desaparecido há mais de dois meses.
Em poucas horas, as fotos da inauguração ganharam as redes sociais e possibilitaram que Irene Stradiotto, de 73 anos, uma espécie de “fada madrinha” de Magrelo, conseguisse devolvê-lo a seu antigo tutor. Como já havia compartilhado no Facebook a história dele, uma conhecida achou que o cachorro da foto era parecido com Magrelo e resolveu avisá-la. Irene também notou a semelhança e hoje de manhã seguiu as diversas pistas deixadas nas redes sociais, por pessoas que receberam a visita de Magrelo, incluindo funcionários de uma concessionária de veículos, na Av. Costa e Silva. Após uma busca na região, Irene finalmente localizou o cão, em frente a UBS do Jd. Novo Horizonte. Para ter certeza de que se tratava mesmo de Magrelo, ela mandou uma foto ao tutor, que imediatamente o reconheceu.
“Ele tem uma mancha branca bem na ponta do rabo”, comentou Henrique Vieira, de 28 anos, que cuidava de Magrelo até seu sumiço. Henrique conta que o cão, um vira-lata de porte médio, apareceu em maio no lava rápido do qual é proprietário. O animal aparentava estar doente e era “muito, muito magro”, afirmou Henrique. Ele ficou comovido com o estado do animal e resolveu adotá-lo. Afinal, Magrelo poderia fazer companhia a Airon, um boxer de 6 anos, porque Mel, a vira-lata da mesma idade, é pacata e não acompanhava as brincadeiras do “irmão”.
Em uma semana, o estado de Magrelo piorou muito. Infelizmente, Henrique não tinha condição de pagar pelo tratamento de saúde. Porém, uma foto da situação do animal postada nas redes sociais chegou até dona Irene, que prontificou-se a custear todo o tratamento. A bateria de exames mostrou que o animal estava à beira da morte, com “anemia profunda e a doença do carrapato”, relembrou Henrique. Uma das veterinárias da clínica que atendeu o animal, Priscilla Senra Casimiro, disse que Magrelo precisou de duas transfusões de sangue e de cinco dias de internação.
Apesar da gravidade do quadro de saúde, ele conseguiu se recuperar, teve alta e voltou para casa. Os dias se passaram e segundo Henrique, Magrelo aos poucos foi recuperando o peso e retomou seus antigos hábitos. Todos os dias, às 10 da manhã, ele dava uma voltinha pela região da Santa Casa, onde fica o lava rápido, para encontrar amigos, e sobretudo, visitar dois carrinhos que vendiam “espetinhos de carne”. Foi em um desses carrinhos que uma mulher, apresentando-se como antiga tutora de Magrelo, o levou para casa, no Parque Hipólito, sem ao menos avisar Henrique. Porém, no mesmo dia, o cão teria fugido e não apareceu mais nos últimos dois meses, até ser flagrado nas fotos de inauguração da alça do viaduto.
“Eu já havia pedido as esperanças de reencontrá-lo”, revelou Henrique, ao comentar o susto que levou quando viu seu cãozinho perdido, posando na foto com o prefeito. “Estava muito preocupado com Magrelo, ele nem tinha terminado o tratamento de saúde. Foi muita coincidência”, afirmou.
Serviço:
O Departamento de Proteção e Bem-estar Animal, da Secretaria de Meio Ambiente e Agricultura de Limeira, recomenda que todos os animais usem coleira de identificação e sejam microchipados. Nesse procedimento, que é oferecido gratuitamente pela prefeitura, dados do tutor do animal são inseridos no microchip. Ao ser escaneado, o departamento tem acesso ao nome, endereço e telefone do tutor, medida que facilita o retorno do animal a seu lar. Quem perde um animal também pode entrar em conato com o departamento, que ajudará na divulgação de informações sobre o caso nas redes sociais. O telefone de contato, tanto para microchipagem quanto para comunicação de animais perdidos é o 3443-1606.