Um técnico sério e experiente. Poucos sorrisos e a certeza de que terá um dos maiores desafios de sua vitoriosa carreira.
Em sua apresentação oficial, Márcio Fernandes, de 62 anos, rasgou elogios a Internacional. Lembrou até dos títulos do Campeonato Paulista de 1986 e do Brasileiro da Série B de 1988. “A Inter tem camisa”.
Disse na coletiva de imprensa que é um prazer assumir a Inter e que todo técnico gostaria de trabalhar aqui pela grandeza do clube.
Lembrou que como jogador que foi nas décadas de 70 e 80 (foi campeão paulista com o Santos em 1978), teve a chance de enfrentar a Inter no Limeirão.
“Nesse estádio, quando a torcida vem junto com o time, é difícil o visitante pontuar. É essa torcida que eu quero ao nosso lado nesses jogos finais. Vale a vida do clube no maior e mais importante campeonato do país”, frisou.
Nem bem se apresentou ao Leão e Márcio Fernandes já foi para o gramado ministrar seu primeiro coletivo. Em seguida, falou com a imprensa e foi para a concentração junto do elenco.
Como seu nome apareceu no BID (Boletim Informativo Diário) da CBF, poderá estar no banco de reservas contra o Palmeiras, hoje às 19h30, no Limeirão, em um dos jogos mais importantes do ano, válido pela 9ª rodada.
Fernandes terá a difícil missão de livrar a Inter do rebaixamento para a Série A-2. Em seguida, restarão mais três jogos para o término da primeira fase.
O Leão terá o Velo Clube, domingo em Rio Claro (espera-se um clima bastante hostil), o Água Santa, quarta-feira em Diadema e o Santos de Neymar, no Limeirão, no dia 23 de fevereiro.
Márcio disse que está acostumado a assumir equipes que correm risco de queda. “Já enfrentei situações bem parecidas no Londrina, Santo André e Botafogo/SP e graças a Deus consegui meu objetivo final. Mas aqui em Limeira o tempo é muito curto e são poucos jogos. Espero conseguir manter esse grande time que a Inter na divisão de elite”, frisou.
Fernandes também comandará o Leão na Copa do Brasil. O confronto contra o Vila Nova/GO será no dia 27 de fevereiro, uma quinta-feira, às 21h30, no Limeirão.
Curiosamente, um dos melhores trabalhos da carreira de Fernandes foi exatamente no Vila, onde foi campeão goiano e por duas vezes campeão da Série C do Campeonato Brasileiro. Em seu último trabalho no Vila, no ano passado, deixou o time na sétima posição da Série B.
O último trabalho de Márcio Fernandes foi no Paysandu, onde acabou demitido na 5ª rodada do Campeonato Paranaense, após empatar sem gols com o Bragantino.
Mas é bom frisar que o treinador chegou ao Paysandu em setembro do ano passado com a missão de salvar o time do rebaixamento para a Série C. E ele conseguiu, pois em 13 jogos, conquistou sete vitórias, levando a fanática torcida do Papão a loucura, principalmente nos jogos em casa. Por isso, teve seu contrato renovado.
Nesta segunda passagem pelo time de Belém, foram 20 jogos, com 11 vitórias, cinco derrotas e quatro empates. Fernandes foi campeão da Supercopa Grão-Pará em cima da Tuna Luso.
Dois jogadores do atual elenco da Inter trabalharam com o treinador no Paysandu, são eles o zagueiro Carlão e o centroavante Ruan Ribeiro, que inclusive pertence ao Palmeiras e está emprestado.
Ao lado do filho Marcinho, seu auxiliar-técnico, Márcio Fernandes não comentou sobre esquema tático e muito menos sobre o trabalho anterior de Felipe Conceição. Disse apenas que gostou da apresentação da equipe contra o São Paulo e que a parte defensiva da Inter é o ponto mais positivo.
Márcio Fernandes já avisou o presidente Danilo Maluf que não ficará para a Série D do Brasileiro, porque tem mercado nas Séries B e C.