O homem acusado de ter matado a estudante Rafaela de Campos, de 19 anos, e jogado o corpo dela no rio, em Sorocaba, prestou depoimento, nesta segunda-feira, 1º, e negou ter praticado o crime. Ele disse ter caminhado de mãos dadas com a jovem até a beira do rio, mas a deixou no local após uma discussão, seguindo em outra direção.
O suspeito, Paulo César Manoel, de 40 anos, cumpria pena por furto, roubo e estupro, e estava em saída temporária da prisão pelo Dia das Mães quando, segundo a Polícia Civil, teria cometido o assassinato. Ele levou pertences da jovem, por isso foi indiciado por latrocínio – roubo seguido de morte.
A jovem desapareceu no dia 26 de maio, depois de ter prestado vestibular em uma universidade, no centro de Sorocaba. Ela já fazia faculdade, mas pretendia iniciar outro curso. O corpo foi encontrado na tarde do dia seguinte, em um trecho raso do Rio Sorocaba, na região central da cidade. Imagens de câmeras mostraram quando a vítima foi abordada pelo suspeito. Manoel foi preso um dia depois, em São Paulo. A polícia descobriu que ele usava tornozeleira eletrônica quando cometeu o crime, mas rompeu o equipamento após o crime.
Durante o depoimento, o suspeito disse que decidiu fugir depois de ter tomado conhecimento da morte da jovem pelo noticiário. Como estava em saidinha temporária, ficou com receio de ser acusado pela morte. Manoel deveria retornar à penitenciária no dia seguinte ao do crime. Ele negou ter levado pertences da jovem, inclusive o celular dela, que foi recuperado pela polícia na cidade de Cotia. O aparelho teria sido vendido na capital pelo suspeito e, segundo a polícia, passou por várias mãos até ser localizado.
O delegado seccional de Sorocaba, Marcelo Carriel, disse que o depoimento de Manoel apresenta contradições e não refuta as acusações contra ele. Conforme o policial, imagens de câmeras mostram que o suspeito puxava a jovem pelo braço, não indicando que ela o acompanhava por vontade própria. Segundo ele, as provas já colhidas indicam que Manoel é o único envolvido no assassinato da jovem, mas a investigação ainda não está encerrada. O laudo da perícia indicou que a Rafaela morreu por afogamento, mas o corpo apresentava sinais que indicam que a estudante pode ter lutado contra seu agressor.