A Urbes Trânsito e Transportes mantém um Setor de Achados e Perdidos que registrou, ao longo de 2021, um total de 2.964 objetos esquecidos ou abandonados nos terminais ou ônibus do transporte público de passageiros. A grande maioria dos objetos, que ficam guardados por cerca de 60 dias, são documentos, mas também há outros inusitados.
O Setor está localizado no Terminal São Paulo e existe desde 1992. Ali, são armazenados também todos os pertences encontrados nessa unidade, bem como nos Terminais Santo Antônio, Vitória Régia, São Bento e na Rodoviária. As empresas concessionárias de ônibus colaboram, fazendo o recolhimento dos objetos deixados nos coletivos e entregando-os para a Urbes.
“Muita gente não sabe que a Urbes opera esse serviço, que está disponível ao usuário, para recuperação de material, de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h. Ou pelo telefone (15) 3331-5000. Todo objeto é cadastrado no sistema e gera um protocolo de atendimento”, destaca o diretor-presidente da Urbes, Luiz Carlos Franchim.
Em 2021, houve registro de 2.244 documentos e de 720 outros objetos deixados nos terminais. Em caso de perda de documento, basta a pessoa se identificar e uma consulta é feita para localizá-lo. No caso de objetos, a pessoa tem que informar as características do mesmo e, depois de entregue, assinar protocolo de retirada.
“Os mais encontrados são documentos, mas isso quase nem procuram para pegar de volta. Acho que nem imaginam que perderam no ônibus ou terminal. Porém, teve gente que já deixou dentadura, bengala, muletas, cadeira de rodas e até uma janela de banheiro”, aponta Zaqueo Alves Pereira, encarregado dos Terminais da Urbes. A cadeira de rodas foi encontrada em agosto e, atualmente, tem sido usada no posto de primeiros-socorros do Terminal São Paulo.
No espaço reservado para armazenamento dos itens tem também capacetes, sombrinhas, guarda-chuvas e muitos itens de vestuário, como blusas. “O esquecimento de objetos ocorre, principalmente, em fins de semana, pois tem muitas pessoas de outras cidades que vêm passear ou visitar parentes e pegam ônibus. Geralmente idosos”, explica o supervisor de terminal Reginaldo Bastilha.
“Engraçado é que modelos de celulares velhos ou quebrados são achados com frequência e ninguém aparece para recuperá-los; talvez o fato da perda sirva de alegação para comprar um novo. Agora se é novo, o pessoal vem buscar rápido”, acrescenta Zaqueo.
Depois de 60 dias guardados, os objetos ainda sem identificação ou destinação são doados para instituições de caridade. No caso de documentos, são entregues aos Correios, que os repassam para os respectivos órgãos emissores.