Desde o início do alistamento militar feminino voluntário, na quarta-feira (1º), cerca de 7 mil mulheres se inscreveram para concorrer a uma das 1.465 vagas disponíveis em Brasília e outros 28 municípios de 13 estados, além do Distrito Federal. A iniciativa inédita faz parte do decreto 12.154, assinado em agosto de 2024 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e se destina a jovens que completam 18 anos em 2025, ou seja, nascidas em 2007.
Objetivo e metas do programa
Segundo o Ministério da Defesa, a iniciativa busca aumentar progressivamente a participação feminina nas Forças Armadas, com a meta de atingir 20% das vagas iniciais. Das 1.465 vagas disponíveis, 1.100 são para o Exército Brasileiro, 300 para a Aeronáutica e 155 para a Marinha.
Atualmente, as mulheres representam 10% do efetivo militar brasileiro, com 37 mil atuando principalmente nas áreas de saúde, ensino e logística.
Como funciona o alistamento militar feminino
O alistamento voluntário para mulheres pode ser feito de forma online, pelo site oficial (alistamento.eb.mil.br), ou presencialmente, nas juntas de serviço militar dos municípios participantes, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre, Salvador, entre outros.
As candidatas devem residir no município onde desejam se alistar e podem optar por vagas na Marinha, Exército ou Aeronáutica.
Processo de seleção
A seleção considera a disponibilidade de vagas, a aptidão da candidata e os requisitos específicos para cada força armada. O processo inclui:
- Entrevistas;
- Inspeção de saúde (exames clínicos e laboratoriais);
- Testes físicos.
As selecionadas serão incorporadas em março ou agosto de 2026, inicialmente como soldados no Exército e na Aeronáutica, ou marinheiros-recruta na Marinha.
Direitos e deveres
A partir da incorporação, o serviço militar feminino será de cumprimento obrigatório e terá duração de 12 meses, podendo ser prorrogado por até oito anos. Durante o período de serviço ativo, as militares terão os mesmos direitos e deveres dos homens. Após o desligamento, integrarão a reserva não remunerada das Forças Armadas.
Impacto e participação feminina
Essa iniciativa marca um novo capítulo na inclusão das mulheres nas Forças Armadas. Atualmente, a participação feminina é ampliada por meio de concursos e programas específicos, como os oferecidos pelo Colégio Naval, pela Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx) e pela Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR).