Depois de atingir o litoral, a capital e municípios da Grande São Paulo, o surto de sarampo avança pelas cidades do interior paulista. Nesta quarta-feira, 17, a Vigilância Epidemiológica de Presidente Venceslau, no extremo oeste do Estado, confirmou o primeiro caso na região.
A doença foi registrada em uma criança de três anos, que recebeu atendimento médico e passa bem. Na terça-feira, 16, havia sido confirmado um caso em Taubaté, no Vale do Paraíba – o primeiro em mais de vinte anos. Na cidade, outros seis casos estão em investigação.
Em todo o Estado, até segunda-feira, 15, eram 384 casos confirmados, dos quais 272 na capital. Outros 69 aconteceram em 13 municípios da Grande São Paulo e 43 em 10 cidades do interior Com os novos casos já confirmados pelas prefeituras, os números do interior sobem para 45 confirmações em 11 cidades.
Depois da capital, a cidade com mais casos é Santos, que já teve 22 pessoas com sarampo este ano. O primeiro caso foi em 1º de março, acometendo um passageiro do navio de cruzeiro Seaview – um jovem de 21 anos, morador do bairro Gonzaga.
Na Grande São Paulo, fora a capital, Guarulhos (17 casos) e Santo André (15) lideram o ranking do sarampo. No interior, a cidade de Fernandópolis, na região norte do Estado, tem 11 casos confirmados. O avanço rápido da doença preocupa os serviços de saúde. Em São José do Rio Preto, que fica na mesma região, moradores são convocados para tomar a vacina tríplice viral que protege contra o sarampo e está disponível em 27 unidades de saúde. A cidade tem cinco casos suspeitos da doença.
A Secretaria Estadual de Saúde informou que monitora o comportamento da doença em todo o Estado e pode estender a campanha de vacinação contra sarampo para o interior, caso haja uma evolução maior no número de casos. Atualmente, a campanha é realizada na capital e nos municípios de Guarulhos, Osasco, São Bernardo do Campo, Santo André e São Caetano do Sul, na Região Metropolitana.
A última grande epidemia de sarampo em São Paulo aconteceu em 1997, quando o Estado registrou 23.909 casos e 23 mortes. No ano seguinte, foram 252 casos, mas já não houve óbito. A doença voltou a se manifestar com mais rigor em 2011, quando foram registrados 27 casos. Depois de 97, não houve mortes atribuídas ao sarampo no Estado, segundo a pasta estadual.