A relação entre os preços do etanol e os da gasolina acelerou entre o fim de outubro e o início de novembro, aponta a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). No período, essa equivalência correspondeu a 64,19%, após fechar o décimo mês do ano em 61,55%. O patamar é o menor para a semana desde 2009, quando atingiu 63,61%.
“Como os preços da gasolina tiveram variação muito forte nos meses anteriores, tanto por causa da greve dos caminhoneiros no meio do ano, quanto por causa do câmbio mais depreciado em razão das incertezas eleitorais, o aumento sazonal nos preços do etanol não tinha sido suficiente para mudar a correlação”, explicou o coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fipe, Guilherme Moreira. “Estava muito favorável ao etanol e agora deve se aproximar o patamar de 70%”, comentou.
A entressafra da cana-de-açúcar explica a aceleração dos preços do biocombustível, disse Moreira. “Com a aceleração normal dos preços do etanol por causa da entressafra e com a gasolina depreciando, a diferença está cada vez menor”, destacou.
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Moreira reforçou que o uso do etanol deixa de ser vantajoso quando o preço do derivado da cana-de-açúcar representa mais de 70% do valor da gasolina. A vantagem é calculada considerando que o poder calorífico do etanol é de 70% do poder do combustível fóssil. Com a relação entre 70% e 70,5%, a utilização de gasolina ou etanol é considerada indiferente.
Nesta segunda-feira, com base no levantamento do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), a Fipe informou que a gasolina teve alta de 0,86% entre a primeira quadrissemana de novembro e o fechamento de outubro, enquanto o etanol teve variação de 4,64% na mesma base de comparação. O IPC-Fipe, por sua vez, atingiu 0,40% na primeira leitura do mês, depois de fechar outubro em 0,48%.