As estudantes Andressa Lucas e Lauren Menegon, da Universidade Federal de Rio Grande (Furg), criaram uma receita cuja principal matéria-prima é uma farinha feita com baratas. O projeto nasceu a partir da orientação da agência da ONU para Agricultura e Alimentação (FAO), de incluir insetos na alimentação humana: este tipo de animal é rico em proteína e é ecologicamente correto. As baratas usadas são da espécie cinérea e cultivadas em um criadouro asséptico em Betim, Minas Gerais.
Como é feito o pão de barata?
Fermento, farinha de trigo e baratas são os principais ingredientes de uma inusitada receita de pão criada na Furg. A inclusão do novo ingrediente atende a uma recomendação da FAO, a agência da ONU para Agricultura e Alimentação.
De acordo com os dados da organização, 2 bilhões de pessoas já suplementam suas dietas com insetos. Segundo a entidade, os insetos são uma das fontes de proteína mais eficientes do mundo.
Os grilos, por exemplo, convertem alimento em proteína com 2 vezes mais eficiência que as galinhas, 4 vezes mais eficiência que os porcos e 12 vezes mais eficiência que as vacas. Os insetos ainda usam “significativamente menos água e espaço” que o gado, diz a FAO
As baratas usadas na receita da Furg são cultivadas em um criadouro limpo e asséptico. A farinha feita a partir delas mais que dobra o índice proteico dos pães. Um pão comum tem 9,68% de proteína enquanto o pão de barata, com apenas 10% de farinha do inseto, tem 23%. O alimento traz ainda aminoácidos, lipídios e ácidos graxos essenciais.
Em testes, mais de 80 pessoas aprovaram a qualidade e o sabor do produto