A primeira-dama de Sorocaba (SP), Sirlange Rodrigues Frate Maganhato, foi citada pela Polícia Federal durante a Operação Copia e Cola, deflagrada no último dia 10 de abril. A ação investiga um suposto esquema de desvio de verbas públicas na área da saúde e cumpriu mandados de busca e apreensão na residência do prefeito Rodrigo Manga (Republicanos), entre outros alvos no estado de São Paulo e na Bahia.
O foco da investigação está na organização social Aceni, responsável pela gestão da UPA do Éden e atualmente da Unidade Pré-Hospitalar (UPH) Oeste. Segundo a PF, a entidade é suspeita de integrar um esquema que teria desviado milhões de reais de contratos públicos. A primeira-dama, apesar de não ser alvo direto, teve o nome vinculado à operação — o que a defesa dela classificou como “nítida perseguição política”.
Na mesma operação, foram identificadas empresas com vínculos ao suposto esquema, como AP Engenharia Clínica, Medmais, Phmed, Cap Alimentação e Cook & Freeze. Ao menos R$ 1,7 milhão em espécie foram apreendidos — parte desse valor, R$ 900 mil, estava em uma caixa no porta-malas de um carro que pertence à irmã da primeira-dama e ao marido dela.
O que diz a defesa
Em nota, os advogados de Sirlange Maganhato afirmaram que ela não é investigada e que seu nome foi citado de forma indevida. “Assim como o prefeito de Sorocaba, a sra. Sirlange teve seu nome mencionado de forma indevida e em nítida perseguição política. A defesa aguarda que a investigação seja arquivada com brevidade”, declarou o escritório que representa a primeira-dama.
A Polícia Federal ainda não concluiu a investigação. O prefeito Rodrigo Manga também nega qualquer irregularidade e afirmou que a operação tem motivação política.
Pressão por CPI na Câmara
Na Câmara de Sorocaba, dois pedidos de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) foram protocolados — um pelo PT e outro pelo PL. Um deles já conta com oito das nove assinaturas necessárias para que o procedimento seja instaurado. A discussão foi levada à sessão ordinária da terça-feira (29).
Bens bloqueados e mais apreensões
Além do dinheiro encontrado, a operação resultou no bloqueio judicial de R$ 20 milhões. Parte do montante em espécie foi localizada em cofres e outros endereços investigados. A PF também esteve na sede da Prefeitura de Sorocaba, no gabinete do prefeito, na Secretaria Municipal de Saúde e na residência do ex-secretário Vinicius Rodrigues.
A Aceni e os nomes ligados à gestão da OS ainda não se manifestaram. O caso segue sob apuração da Polícia Federal.