Quatro policiais militares pertencentes à Ronda Ostensiva Tobias Aguiar (ROTA) responderão por dois homicídios consumados e uma tentativa de homicídio, todos com as qualificadoras de motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa das vítimas.
Para a promotora de Justiça Luciana Jordão, os PMs agiram como um grupo de extermínio. A denúncia oferecida por ela foi recebida pela 1ª Vara do Júri da Capital no mês de novembro. Com isso, os acusados viraram réus na ação penal.
Conforme as investigações, os réus localizaram o veículo ocupado pelas vítimas na Rua da Consolação após receberem uma denúncia anônima de roubos a residências.
Na interceptação ao carro, os acusados passaram a atirar contra os três ocupantes, colocando-se à volta do automóvel sem que eles pudessem fugir ou oferecer qualquer resistência.
O veículo pertencia ao pai de um dos mortos e tinha origem lícita. Conforme exame pericial, ao menos 20 tiros foram disparados. A vítima sobrevivente saltou do carro e se fingiu de morta para evitar ser atingida por mais disparos.
Ainda segundo a Promotoria, os acusados alteraram a cena do crime para justificar a tese de oposição à atuação policial, colocando uma arma no local para simular que ela estava em poder de uma das vítimas.
De acordo com a denúncia, os réus desvirtuaram “as prerrogativas legalmente atribuídas por meio de abuso do poder para satisfazer a perversa vontade de fazer justiça com as próprias mãos, porquanto se acharam no poder de julgar e executar de morte as vítimas, pena esta que sequer existe em nosso ordenamento”.