Uma grande operação deflagrada pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Limeira nesta segunda-feira (5) resultou na prisão de nove pessoas, entre elas um policial militar e um guarda civil municipal de Araras, acusados de integrarem uma célula do Comando Vermelho (CV) no interior de São Paulo. De acordo com a Polícia Civil, os agentes públicos são suspeitos de executar rivais do Primeiro Comando da Capital (PCC) para favorecer a expansão da facção carioca na região.
Denominada Operação Hitman, a ação visa combater o avanço do Comando Vermelho no interior paulista, em especial nas cidades de Limeira, Araras e Leme. O grupo criminoso tinha como objetivo estratégico dominar a chamada “Rota Caipira”, usada para o escoamento de armas e drogas vindas da Bolívia e do Paraguai em direção ao Rio de Janeiro.
Facções rivais e execuções encomendadas
Segundo o delegado Leonardo Burger, da DIG/Dise, os investigados atuavam em crimes como homicídios, tráfico de drogas, associação criminosa, porte ilegal de armas e corrupção passiva.
“Eles são suspeitos de executar membros do PCC para favorecer o domínio do Comando Vermelho na região”, explicou o delegado. “Há indícios de que recebiam dinheiro do tráfico em troca de proteção e logística para a facção.”
Durante a operação, também foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão, inclusive nos armários funcionais e nas casas dos agentes públicos. Foram apreendidos R$ 16 mil em espécie, 2,5 kg de cocaína, 449 g de maconha, três armas de fogo, 75 munições, 14 celulares e diversos documentos.
Prisões e foragidos
No total, 12 mandados de prisão temporária foram expedidos. Nove pessoas foram presas, uma delas em Gramado (RS) — um guarda civil municipal que estava hospedado em um hotel de luxo. Dois suspeitos seguem foragidos.
Os nomes dos detidos não foram divulgados. A Prefeitura de Araras afirmou que o guarda civil envolvido foi afastados preventivamente e que o caso será acompanhado pela Corregedoria.
Investigações continuam
De acordo com a Polícia Civil, a operação não encerra as investigações. Os inquéritos relativos aos homicídios atribuídos ao grupo ainda correm em processos apartados, mas devem ser alimentados com provas compartilhadas a partir desta ação.
“Nosso objetivo agora é identificar mais membros, elucidar mais crimes e reunir provas robustas para que o Ministério Público consiga promover as devidas condenações”, concluiu o delegado Leonardo Burger.
A investigação segue sob sigilo, e a Polícia Civil não descarta novas prisões e envolvimento de outros agentes públicos.