A Polícia Civil de São Paulo inicia a fase de testes para conexão de 44 unidades policiais do Estado de São Paulo com a nova DDM Online. Nessas delegacias de Polícia foram implantadas a Sala Lilás, ambiente onde a mulher vítima de agressão dispõe de recurso para contato direto com polciais da DDM Online para registro da ocorrência e demais providências. O serviço atende localidades que não possuem Delegacia da Mulher 24 horas.
A novidade foi apresentada durante a inauguração das novas instalações de atendimento da DDM Online e da Delegacia Eletrônica, que passam a ocupar o 12o andar do Palácio da Polícia, na rua Brigadeiro Tobias, Centro da Capital. O espaço foi totalmente reformado para atender às necessidades de ampliação no atendimento das delegacias digitais. Foram investidos R$ 1,6 milhão no projeto.
A nova estrutura conta com 242 policiais civis, além de 30 funcionários da Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp). Na sala de plantão, os policiais recebem as ocorrências registradas por meio de celulares, tablets e computadores e adotam as ações necessárias, como solicitação de medidas protetivas, recepção de provas de agressão e até o envio de unidades policiais para situações de maior gravidade.
Os primeiros testes de funcionamento da Sala Lilás foram feitos na Delegacia de Praia Grande, no Litoral Sul. O policiais baseados na sede da DDM Online recebem chamados diretamente da Sala Lilás, instalada no distrito policial do município, e interagem com as vítimas pelo monitor. Além de agilizar o atendimento, o novo serviço também visa oferecer atendimento humanizado às mulheres.
A DDM Online foi criada em agosto de 2021, durante a pandemia do Coronavírus, e tem se mostrado eficiente para encorajar as vítimas de violência doméstica a denunciar seus agressores. Com o atendimento 24 horas, todos os dias, a plataforma já registrou quase 60 mil ocorrências até março deste ano.
O atendimento na especializada é feito por meio da Delegacia Eletrônica, acessando qualquer dispositivo conectado à internet (celular, tablet e computador), e as vítimas não precisam dispor de todas as informações pessoais do agressor para concluir a comunicação do crime. Alguns dados são essenciais para apuração dos fatos, como o grau de parentesco ou relacionamento com o agressor e suas características; local, horário e descrição da ocorrência; bem como sua vontade de solicitar uma medida protetiva e qual delas.
A plataforma também permite o envio de fotos do agressor, de ferimentos causados por ele ou mensagens que ele tenha enviado. Ao final de todas as etapas, a vítima tem acesso ao boletim de ocorrência e declara se tudo está de acordo com o informado. Com tudo finalizado corretamente, ela recebe um protocolo de registro e os dados são enviados diretamente a uma central da Polícia Civil paulista, que rapidamente analisa os fatos e adota as providências de polícia judiciária cabíveis. Em alguns casos, uma equipe entra em contato com a vítima para o acolhimento e, em outros, mais urgentes, uma viatura é encaminhada para socorrê-la.
No caso da solicitação de medida protetiva à Justiça, a vantagem do registro eletrônico é a imediata comunicação à DDM física ou Seccional de polícia correspondente, o que agiliza o processo. Já no caso da Capital e da Grande São Paulo a medida protetiva também pode ser solicitada diretamente ao Poder Judiciário.