Na manhã desta terça-feira (9/7), a Polícia Federal deflagrou a Operação Uncover, visando reprimir crimes de redução à condição análoga à escravidão, contrabando e crimes contra as relações de consumo. A operação mobilizou cerca de 50 policiais federais e servidores da Receita Federal, cumprindo mandados expedidos pela 1ª Vara Federal de Guaíra. Foram executados seis mandados de busca e apreensão, dois de prisão preventiva e uma ordem de sequestro de bens no valor de R$ 68 milhões nos estados de Minas Gerais e Paraná.
Investigação
As investigações apontaram que o grupo criminoso recrutava cidadãos paraguaios através de contatos no Paraguai, trazendo-os ao Brasil para trabalhar em uma fábrica clandestina de cigarros em São Sebastião do Paraíso/MG. Os paraguaios entravam no Brasil pela fronteira com o Paraná e eram levados ao local da operação. Os trabalhadores ficavam restritos às dependências da fábrica, sem comunicação externa e em condições precárias de alojamento.
Operação
Estima-se que a capacidade de produção da fábrica era de cerca de 250 mil maços de cigarros por dia. Durante a ação, foram apreendidos maquinários, caminhões, 50 toneladas de tabaco in natura, insumos variados e mais de 1.500.000 maços de cigarros prontos para venda. Na residência do principal investigado, foram apreendidos veículos e R$ 59.6 mil em espécie.
As embalagens dos cigarros apreendidos ostentavam logotipos “Eight”, “Palermo”, “R7” e “San Marino”, falsificando marcas vendidas no Paraguai, cuja importação é proibida por lei.
Impacto
A comercialização desses produtos gera prejuízos elevados aos cofres públicos, uma vez que não há recolhimento dos tributos devidos, além de acarretar riscos à saúde pública pela fabricação sem licença e sem fiscalização de qualidade.