Durante a Operação Copia e Cola, deflagrada nesta quinta-feira (10) pela Polícia Federal, foram apreendidos R$ 863 mil em espécie em caixas de papelão localizadas em um endereço na cidade de São Paulo, ligado a Josivaldo Souza, que se apresenta como bispo, e Simone Rodrigues Frate de Souza, cunhada do prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos).
Segundo a PF, os dois são apontados como integrantes do núcleo financeiro da organização investigada. O grupo é suspeito de desviar recursos públicos da saúde por meio de contratos com uma Organização Social (OS). O montante apreendido estava em um veículo e seria utilizado para movimentações e pagamentos de contas de outros envolvidos, conforme as investigações.

Operação atinge núcleo político e religioso próximo ao prefeito
Além dos valores encontrados em São Paulo, a PF também realizou buscas em endereços em Sorocaba, inclusive na casa do prefeito, no gabinete, na prefeitura e na Secretaria de Saúde. A operação envolveu mais de 100 policiais federais em 13 cidades de São Paulo e da Bahia. Em Sorocaba, ainda há dinheiro a ser contabilizado, inclusive em cofres apreendidos.
A Organização Social Aceni, que atuou na UPA do Éden e atualmente administra a UPH Oeste, é o centro da apuração. A entidade teve os bens bloqueados e foi proibida de firmar novos contratos com o poder público.
Justiça determina bloqueio de R$ 20 milhões
O bloqueio judicial atinge R$ 20 milhões em bens dos investigados, entre eles ex-secretários da prefeitura, como Vinicius Rodrigues (Saúde) e Fausto Bossolo (Administração), além do empresário Marco Silva Mott, apontado como lobista e suspeito de lavagem de dinheiro. Na casa de Mott, a PF apreendeu três veículos.
Fausto Bossolo já havia sido condenado por envolvimento na compra superfaturada de um imóvel para a Secretaria de Educação.
Manga se defende e fala em “perseguição política”
Em vídeo publicado nas redes sociais, o prefeito Rodrigo Manga ironizou a ação da PF dizendo que, em sua casa, foram encontrados apenas “bolo de cenoura, Nutella e Pokémon” do filho. Durante coletiva, o prefeito afirmou que não teme investigações, mas classificou a operação como eleitoreira e resultado de perseguição por sua projeção política.
A Prefeitura de Sorocaba também se manifestou, afirmando colaborar com a investigação e apontando a existência de “forças ocultas” contra lideranças que “se projetam como alternativa ao sistema”.
Investigação começou em 2022
A apuração teve início em 2022, a partir de suspeitas sobre fraudes em contratos da área da saúde, firmados entre a Prefeitura de Sorocaba e a OS Aceni. Os investigados podem responder pelos crimes de:
-
Corrupção ativa e passiva
-
Peculato
-
Ocultação de capitais
-
Frustração do caráter competitivo da licitação
-
Contratação direta ilegal