Uma situação que já se tornou comum: pessoas mais jovens cada vez mais infectadas pela Covid-19 e com o quadro rapidamente se agravando. Em muitos casos, as complicações levam à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e, consequentemente, à intubação. Essa é a realidade do Hospital Humanitária, que abriga a Unidade de Referência Coronavírus (URC) de Limeira. Dados da Secretaria de Saúde mostram que, atualmente, dos 58 internados na UTI, 52 são pessoas abaixo de 60 anos. Somente na faixa de 20 a 50 anos, são 33 internados.
Essa mudança no perfil de internados em terapia intensiva está ligada à disseminação das variantes do coronavírus, que atingem pessoas mais jovens, mas também à falta de conscientização por parte desse público em relação às medidas sanitárias. Médico coordenador da UTI na Unidade de Referência, André Dahmen Rodrigues faz esse alerta. “Essas novas cepas são mais transmissíveis e mais letais, e têm acometido pessoas mais jovens, com formas graves da doença, sem preservar qualquer área sadia do pulmão”, afirma.
A situação das internações em UTI é parecida com os demais setores da URC. Dos 48 leitos clínicos, 30 estão ocupados por pessoas com menos de 60 anos. Nos leitos de suporte ventilatório (emergência), os idosos são minoria: apenas três pessoas no local têm mais de 60 anos, enquanto as outras cinco estão abaixo dessa faixa. No Pronto Atendimento, a discrepância é maior: 25 pessoas que são acompanhadas no setor têm menos de 60 anos, enquanto somente três são idosos.
Mas os riscos vão além da internação pela doença. Os óbitos de pessoas jovens também sofreram aumento – nas últimas 48 horas, por exemplo, das 14 mortes registradas pelo coronavírus, nove são de pessoas abaixo de 60 anos. Por isso, conforme o médico da URC, tornam-se ainda mais importantes as medidas preventivas que já são exaustivamente recomendadas pelas autoridades de saúde, desde o início da pandemia: uso de máscara, higienização das mãos e, o principal, distanciamento social.
