Dedico esta coluna a todas as mães, aquelas que podem comemorar esta data perto de seus filhos, às que precisam comemorar à distância, às outras que tiveram a distância física deles imposta pela vida, desejo que todas as mães, sem exceção possam se sentir abraçadas hoje.
“Mãe não tem limite, é tempo sem hora, luz que não apaga quando sopra o vento e chuva desaba, veludo escondido na pele enrugada, água pura, ar puro, puro pensamento. Mãe, na sua graça, é eternidade. Fosse eu Rei do Mundo, baixava uma lei: Mãe não morre nunca, mãe ficará sempre junto de seu filho e ele, velho embora, será pequenino feito grão de milho.” Carlos Drummond de Andrade
Áh, as mães! Tão complexo ser mãe, né? Desde que nossos pequenos nascem (e não se enganem, as mães sempre olham seus filhos como seus pequenos), somos invadidas por um turbilhão de emoções, um misto de sentimentos, experimentamos medos nunca antes pensados. O amor é intenso demais, aquele rostinho nos arrebata o coração e deste momento em diante, nosso coração passa a bater fora de nosso peito, dentro do peito de nossos amados filhos.
Mãe é aquela que ama sem medida, que quer ver a felicidade, que quer proteger da dor, que quer evitar o sofrimento, que se pudesse ia em frente, abrindo os caminhos e protegendo os amados, mas não é possível, né? Então, vamos ali, ao lado, amparando, nos preocupando, amando, até exagerando nos cuidados, algumas vezes, né?
Eles caem, se machucam, choram na escolinha, sentem saudade. Depois mais velhos têm desentendimentos, podem ficar doentes vez ou outra, choram. Adultos, têm desilusões, medos, fazem escolhas que nem sempre são corretas e sofrem, as vezes esquecem da saúde e lá está a mãe, preocupada, querendo ajudar, cuidando, olhando por eles, ajudando a refazer um coração partido, enxugar uma lágrima, dar um colo, um abraço, uma sugestão para a solução de um problema…
Neste cenário tão desolador que vivemos, nossos corações de mãe se unem em torno de preocupações com a vida de nossos filhos, com a saúde de cada um deles, cada vez que uma mãe se desespera com um filho no hospital, sofrendo com esta doença tão cruel, nos unimos a ela em orações, em preocupação, ficamos tensas e receosas. Cada mãe que perde seu filho, nos tira um pedaço do coração, sentimos como se fosse nossa a sua dor. Essa não é a ordem natural da vida, deveria ser proibido uma mãe passar por isso, não é? Mas a vida nem sempre é justa e acontece o sofrimento infinito para uma mãe.
Que esta data possa ser permeada de amor, de carinho, de afeto e perdão. Que cada mãe possa sentir o abraço amoroso (ainda que virtual) de seu filho e possa se recarregar de amor, de esperança e de felicidade.
Encerro com um convite a reflexão: “A verdade é que a gente não faz filhos. Só faz o layout. Eles mesmos fazem a arte-final.” Luís Fernando Veríssimo