Um novo exemplar fêmea de harpia está em adaptação no recinto de exposição do Parque Ecológico Municipal “Engenheiro Cid Almeida Franco” – Zoo Americana (SP). A ave é proveniente do Zoológico de São Paulo, capital, e fará pareamento com um macho que já vive no Zoo Americana há nove anos.
O recinto de 100 m² é dividido por um alambrado, que possibilita os dois animais se adaptarem e, posteriormente, a tela será retirada para que possam viver como casal.
O secretário de Meio Ambiente, Fábio Renato de Oliveira, destacou a importância do Programa de Manejo Cooperativo. “Em parceria com a Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil, foi realizado um levantamento de todas as harpias sob cuidados humanos no Brasil e está sendo estruturado um Programa de Manejo Cooperativo, com o objetivo de definir quais instituições mantenedoras devem integrar o programa. Após a análise genética das aves, houve a recomendação da transferência de uma fêmea, feita pelo Grupo de Trabalho das Harpias, para pareamento com um macho que já vive aqui no Zoo Americana há nove anos”, explicou Fábio.
A harpia ou gavião-real (Harpia harpyja), considerada vulnerável pela Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza, é uma das maiores aves de rapina do mundo. Desde o século 19, ela perdeu mais de 40% de seu território, que abrange desde o México até a Argentina. Atualmente, populações grandes, funcionais e diversas são encontradas apenas na Amazônia.
Segundo a bióloga do Parque Ecológico de Americana e coordenadora do NEA (Núcleo de Educação Ambiental), Silvia Maria de Campos Machado Ortolano, a espécie, topo de cadeia, pode chegar a nove quilos. “A harpia tem especial importância na manutenção da saúde do ecossistema, mas apresenta exigência peculiar porque é carnívora”, detalhou Silvia.
A ave precisa de cerca de 800 gramas de alimento por dia e se alimenta de serpentes, lagartos e pássaros. Em ambiente natural, macacos, cotias e preguiças são as iguarias mais procuradas.