Hormônios como insulina e remédios que não tenham genéricos no mercado são os mais suscetíveis a faltarem nas farmácias, afirma o presidente executivo da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), Sérgio Mena Barreto, em virtude da greve dos caminhoneiros, que completa cinco dias nesta sexta-feira, 25. Barreto afirmou que a maior preocupação do setor é a dificuldade do abastecimento das centrais de distribuição. “Caminhões conseguiram sair dos armazéns, abastecer os postos de venda, sobretudo quando se fala que a carga é medicamento. O problema, no entanto, é o retorno. Esses veículos não conseguem voltar às centrais”, observa. Quando não há carga, os caminhões ficam retidos nos bloqueios e não conseguem novamente ser abastecidos.
Em São Paulo e Rio, parte do abastecimento está sendo realizada por vans. “Nas duas capitais, a falta de medicamento pode demorar um pouco mais a ser sentida, pois cerca de 60% da produção está concentrada ali.” A maior dificuldade são farmácias localizadas em outras regiões. Menna Barreto está preocupado sobretudo com o efeito rebote. “Mesmo que a paralisação termine agora, seria necessário quase cinco dias úteis para a situação ser normalizada.”
Outra preocupação são os medicamentos que necessitam de refrigeração. “Caminhões que transportam esse material têm apenas uma parte refrigerada. Quando o veículo fica muito tempo parado, há risco maior de o produto se deteriorar.”