No mês de setembro, a Aneel manteve a cobrança da bandeira tarifária vermelha, patamar 1, para as contas de energia elétrica. Isso significa que a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos, haverá acréscimo de R$ 4 no valor cobrado.
O alto custo desse insumo tem acelerado os investimentos de empreendedores em fontes alternativas de energia. Os desembolsos da Desenvolve SP, a instituição financeira do Governo de São Paulo, para financiar a compra e instalação de placas fotovoltaicas alcançam R$ 7,5 milhões. Só neste ano, até julho, o montante chega a R$ 1,3 milhão.
“O empresário está cada vez mais consciente da sua responsabilidade social e ambiental, mas o cenário econômico adverso e os altos custos para se manter um negócio acabam por antecipar investimentos em projetos sustentáveis e que gerem benefícios no longo prazo. Em 2018, tivemos um salto nos financiamentos de placas fotovoltaicas. Passamos de R$ 639 mil de desembolsos para R$ 4,5 milhões de um ano para o outro”, afirma o presidente da Desenvolve SP, Nelson de Souza.
A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) confirma a tendência. De acordo com a entidade, a geração distribuída solar fotovoltaica praticamente dobrou de tamanho entre janeiro e julho deste ano em comparação com todo o histórico anteriormente instalado no país. A modalidade saltou de 50 mil sistemas até o final de 2018 para cerca de 100 mil até julho de 2019.
Economia
Financiada pela Desenvolve SP, a indústria de produtos promocionais Idaplast, de Hortolândia, reduziu em 15 vezes o valor da conta de energia elétrica, de R$ 6 mil para R$ 400, a partir do uso de placas fotovoltaicas. “Tinha a certeza de que o investimento seria compensado pela economia gerada. Pensei a longo prazo e estou muito satisfeita com os resultados”, afirma a sócia-proprietária da empresa, Solange de Brito.
A indústria de tintas Maza, de Mococa, também optou por substituir a sua geração de energia e, a partir de um financiamento da Desenvolve SP, instalou R$ 1.560 placas fotovoltaicas na sua unidade fabril. “Esse investimento permitiu conquistar uma autonomia de 60% de toda energia consumida pela empresa”, conta o diretor-geral, Anderson Maziero.
A agência já desembolsou R$ 240 milhões para financiar a economia verde. A linha destinada a essa finalidade tem taxa de juros partir de 0,17% ao mês (+Selic) e o prazo de pagamento é de até 10 anos, incluso o período de carência.
“Queremos cada vez mais apoiar projetos de MPMs (micro, pequenas e médias empresas) que gerem mais economia, otimizem processos e contribuam para um futuro mais limpo e sustentável”, diz Souza.