Na semana passada pacientes procuraram a reportagem do Rápido no Ar para relatar problemas no atendimento do Hospital Hapvida, em Limeira (SP). As reclamações se concentraram, principalmente, na longa espera para medicação e na ausência de cadeiras.
“Isso aqui está pior que o SUS”, disse uma paciente à reportagem. Outro usuário do serviço foi além: “O Hospital Hapvida está um total descaso com a população. Retiraram todas as cadeiras da espera para medicação, e o povo está ficando de pé ou sentando no chão. O hospital está superlotado”.
A reportagem recebeu imagens feitas pelos próprios pacientes, que mostram a situação no local.
Procurada pelo Rápido no Ar, a direção do hospital afirmou que não há fila de espera no local. Em nota enviada à reportagem, a operadora Hapvida negou a versão dos pacientes e afirmou que monitora constantemente a demanda de atendimento.
“A operadora reafirma seu compromisso com a saúde e o bem-estar de seus beneficiários e informa que não há fila de espera. Registramos um aumento pontual no dia de ontem. Nosso modelo de rede própria e verticalizada permite acompanhar a demanda em tempo real e redimensionar recursos com agilidade sempre que necessário, garantindo a qualidade do atendimento e a continuidade da assistência”, informou a nota.
No entanto, a empresa não respondeu sobre a retirada das cadeiras, ponto central das queixas dos pacientes.
O caso ganhou repercussão também na Câmara Municipal. O vereador Waguinho da Santa Luzia (PSD) protocolou o Requerimento nº 532/2025, solicitando explicações formais ao Executivo sobre a situação do atendimento médico-hospitalar prestado pela Hapvida, especialmente aos servidores públicos municipais, que têm atendimento garantido por contrato com a operadora.
O requerimento cita denúncia feita pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Limeira (Sindsel), em 23 de julho deste ano, sobre a falta de cadeiras no setor de pronto atendimento, e levanta uma série de questionamentos ao município:
1. Que providências foram tomadas após a denúncia do sindicato?
2. O valor mensal estimado no contrato com a Hapvida, de R$ 4.727.025,00, é suficiente para garantir um atendimento digno?
3. Se a retirada das cadeiras se deu por motivos de segurança, como afirma a Hapvida, isso indicaria que o atendimento estava em desacordo com os protocolos de segurança anteriormente?
4. A Prefeitura concorda com a situação registrada nas imagens?
5. Quem é o atual gestor do contrato, já que o indicado originalmente, Luiz Alberto Battistella, não ocupa mais o cargo?
O vereador também anexou ao documento uma imagem mostrando pessoas sentadas no chão da unidade hospitalar, incluindo uma criança.
Contrato milionário
O contrato firmado entre o Município de Limeira e a Hapvida (Contrato nº 295/2022) prevê um pagamento mensal milionário à operadora, que é responsável pelo atendimento aos servidores públicos da cidade. Diante do cenário denunciado pelos usuários e pelo sindicato, o vereador questiona se os recursos estão sendo corretamente aplicados e se o atendimento oferecido é compatível com os valores pagos.
O caso segue em apuração, e novas informações devem ser divulgadas conforme a resposta oficial da Prefeitura e possíveis desdobramentos na Câmara.
RESPOSTA DA HAPVIDA
A reportagem do Rápido no Ar entrou em contato com a assessoria do hospital Hapvida e até o fechamento da reportagem não obtivemos um retorno.
O espaço continua disponível para o posicionamento do hospital referente a situação.




