A Pirelli anunciou ontem, em sua sede global, em Milão, na Itália, que vai fechar a fábrica de Gravataí (RS), onde são produzidos pneus para motocicletas há 43 anos. Paralelamente, informou que investirá US$ 120 milhões (cerca de R$ 530 milhões) no País de 2019 a 2021.
A empresa disse que promoverá uma reorganização nas unidades locais, em razão da “situação difícil do mercado, com a consequente subutilização das fábricas”. Até meados de 2021, toda a produção de pneus para motos será transferida para Campinas (SP) – que hoje fabrica o equipamento só para automóveis – e ficará com o investimento programado até 2021.
Demissões. A unidade gaúcha emprega 900 funcionários. Segundo a empresa, as demissões serão negociadas com o sindicato dos trabalhadores que foi informado do fechamento ontem. A fábrica de pneus para caminhões que opera nas mesmas instalações e pertence à Prometeon – que também adquiriu a filial da Pirelli de Santo André – será mantida.
Segundo a Pirelli, a transferência para Campinas, onde emprega 2 mil pessoas, vai gerar 300 novas vagas ao longo dos próximos três anos.
O grupo tem ainda uma terceira fábrica em Feira de Santana (BA), que também produz pneus para carros. “A reorganização permitirá a criação (em Campinas), de um polo industrial a serviço dos mercados latino-americanos, que se dedicará à produção de pneus de carro e motos”, disse a empresa.
De janeiro a março, o mercado total de pneus no Brasil registrou queda de 2% ante 2018, para 14,3 milhões de unidades. Já a venda de pneu para motos cresceu 6%, para 2,46 milhões de unidades, segundo a Anip, entidade que reúne empresas do setor.