O nome dado a operação destinada a apurar crimes ambientais, foi batizada como Akuanduba, que é uma divindade da mitologia dos índios Araras, que habitam o estado do Pará. Segundo a lenda, se alguém cometesse algum excesso, contrariando as normas, a divindade fazia soar uma pequena flauta, restabelecendo a ordem.
Cerca de 160 policiais federais cumprem 35 mandados de busca e apreensão, no Distrito Federal e nos Estados de São Paulo e Pará. As medidas foram determinadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
A Operação apura crimes contra a Administração Pública (corrupção, advocacia administrativa, prevaricação e, especialmente, facilitação de contrabando) praticados por agentes públicos e empresários do ramo madeireiro.
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e o presidente do Ibama, Eduardo Fortunato Bim, estão entre os alvos da operação.
A LENDA
No começo havia somente o céu e a água que o circundava, existia somente uma pequena casca separava o céu da água e servia de chão. Os seres humanos, então estrelas, presididos por Akuanduba, aí viviam apenas a fazer coisas simples e boas como: comer, beber, namorar e dormir. Sempre que havia excessos, Akuanduba tocando sua flauta, chamava a atenção de todos e os trazia de volta a ordem.
Um dia, porém, houve uma grande briga motivada por um roubo e/ou egoísmo e por mais que Akuanduba tocasse sua flauta, não conseguia apaziguar aqueles que teimosamente insistam em brigar. Tanto fizeram que a casca do céu se rompeu e todos foram lançados na água. Água esta que havia somente seres atrozes e maléficos.
Velhos e crianças morreram afogados ou com o choque da queda. Uns poucos homens e menos ainda mulheres sobraram. As aves psitacídeos levaram alguns de volta para o céu, onde voltaram a ser estrelas. A própria Lua, que havia despencado, foi levada de volta a muito custo por uma curica que, depois de tão grande trabalho, bicou um canto do astro, cuja marca ainda hoje se vê de certo ângulo, proporcionado pelo movimento dos pedaços de casca do céu que flutuam nas águas, habitados pelos homens. Ainda hoje os índios araras, o “povo das araras”, ainda assobiam para essas aves quando passam aos bandos. Elas, porém, achando-os grandes demais, nem tentam levá-los.
Os seres maléficos que existiam nas águas antes da catástrofe se transfiguraram nos índios hostis aos araras. Outros seres apareceram, que penetram o corpo humano para comer-lhe ou queimar-lhe as entranhas. A própria divindade se transformou na terrível onça preta e também se manifesta sob a forma de outros felinos.
O bicho-preguiça diminuiu a desgraça dos humanos ensinando-lhes a primeira festa, destinada a trazer-lhes novos filhos, a fazer flautas, a cantar, a tecer fibras de algodão e de palhas, e povoou a mata com animais comestíveis. Da lontra os araras roubaram o fogo.