A Netflix lançou nesta semana um novo documentário norte-americano, que traz relatos de ex-executivos de redes sociais como o Instagram, Facebook e YouTube.
“O Dilema das Redes” é um alerta sobre o uso de dados privados e como a constância de contato com as redes pode ser prejudicial à saúde.
O documentário mostra como as plataformas utilizam as informações coletadas de seus usuários para criarem aquilo que chama de “sistema de manipulação e lucro”, mas esta é uma prevenção que deve levar um bom tempo para ser adotada definitivamente.
“Existem apenas duas indústrias que chamam seus clientes de usuários: a de drogas e a de software”. A frase citada pelo professor da Universidade de Yale, Edward Tufle, leva o usuário a se reconhecer como personagem e não um mero espectador, dando a noção de que o indivíduo é tratado como um produto, uma marionete das redes.
A maldição do século 21 transformou a atenção como objeto mais cobiçado das grandes corporações. Criadas para facilitar conexões e aprofundar laços entre pessoas que curtiam e compartilhavam coisas em comum, essas plataformas logo descobriram a fórmula de fazer dinheiro. Para isso era preciso transformar seres sociáveis em seres manipuláveis. Eis o tal dilema.
Nele, se discute não como o ódio é produzido no indivíduo ou como a privacidade individual corre grande risco. Em “O Dilema das Redes” o que é apresentado ao público é o interior da produção dessas plataformas. Como tanto o designer quanto os algoritmos foram pensados para nos controlar e fazer reproduzir aquilo que eles acham importante a partir da lógica do negócio.
Durante 1h30 o espectador será informado por ex-executivos como Guilhaume Chaslot, que ajudou a criar o mecanismo de recomendação de vídeos no YouTube, Justin Rosestein, um dos co-criadores do botão curtir no Facebook e Tim Kendall, ex-diretor de monetização do Facebook como a grande máquina cibernética funciona.
O filme traz uma maneira chocante e ao mesmo tempo real, de fazer o público acordar e enxergar os danos que podem ser causados pelo excesso de tempo na frente do “espelho escuro”, deixando um final em aberto, até porque, o relacionamento da humanidade com as redes sociais é algo de difícil desvencilhamento.
Especialistas, por fim, ressaltam o quão importante é estabelecer limites e obter consciência e responsabilidade enquanto se utiliza as plataformas digitais.