É um feito para uma startup alcançar avaliação acima de US$ 1 bilhão em qualquer lugar do mundo. E, até agora, só duas startups brasileiras tinham conseguido: o aplicativo de transporte 99 e a plataforma de pagamentos PagSeguro. O Nubank é a terceira a entrar para o clube dos chamados “unicórnios”.
A 99 conseguiu o status ao ser comprada pela chinesa Didi Chuxing por US$ 600 milhões em janeiro. A PagSeguro, por outro lado, superou este valor de mercado após sua oferta inicial de ações na bolsa de valores Nasdaq, nos Estados Unidos.
Já o Nubank conseguiu entrar no clube sem precisar fazer nenhuma das duas coisas – segundo o fundador e presidente da empresa, David Vélez, a empresa chegou ao valor de US$ 1 bilhão antes rodada de investimentos revelada nesta quinta-feira, 1º.
Fontes próximas à startup ouvidas pelo Estado não souberam precisar quando isso aconteceu, mas acreditam que o exemplo da 99 e do PagSeguro fizeram Vélez tornar pública a conquista. “É bom mostrar para os brasileiros que é possível empreender no País, mesmo em setores regulados”, disse Vélez.
Para Felipe Matos, autor do livro 10 mil startups, o País está vendo uma “manada de unicórnios”. “É algo que anima muito o mercado”, diz ele. Já o professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP), Gilberto Sarfati, enxerga a marca com ceticismo. “Até a empresa ter capital aberto, é algo meramente especulativo”, afirma.
Listar ações em bolsa, porém, parece estar longe dos planos do Nubank. “Nunca discutimos o tema em reuniões de conselho”, diz Vélez. “É ótimo ser uma empresa privada.”