A descoberta de uma gravidez no meio da pandemia de Coronavírus, em uma viagem para o interior do estado da Bahia, não foi fácil. Estava longe do meu marido e da minha família. Não sabia quais seriam as reações, pois não tínhamos planejado uma gestação (isso não quer dizer que ela não era desejada, okay?), mas na situação em que estávamos vivendo não era a melhor para isso.
No momento em que descobri, não sabia o que sentir, quais reações teria. Não conseguia acreditar que teríamos um bebê.
Não desconfiei que estava grávida, minha menstruação sempre foi muito desregulada, só comecei a analisar a possibilidades depois que na mesma noite duas pessoas me perguntaram se eu estava grávida. A primeira foi a minha avó. Eu tinha comido um nhoque no almoço e passei mal a tarde toda, com isso, minha avó comentou sobre a possibilidade da gravidez, mas na mesma hora eu disse que jamais! Que seria apenas o nhoque que eu tinha comido. Na mesma noite, meu marido me ligou, por chamada de vídeo, enquanto eu estava dormindo. Lembro de ter ficado muito brava, pois estava com muito sono e já tinha passado mal no decorrer do dia, e ele só me disse a seguinte frase:
“Será que não tem bebê aí?”
Na mesma hora briguei com ele, pois achei que ele estivesse brincando comigo.
No outro dia, na véspera de irmos embora da Bahia, meus avós e minha prima havíamos combinado de ir ao Centro da cidade de Mirante, para comprar lembranças, na volta decidi passar em uma farmácia e comprar o teste de gravidez. Fui sozinha e pedi para o farmacêutico me indicar um teste, ele me mostrou dois. Um da tirinha e outro que mostrava escrito “grávida” e as semanas. Os dois testes tinham diferenças de valores e por conta disso comprei o mais barato, ele insistiu para que eu comprasse o de semanas, mas eu disse para ele que só estava comprando por desencargo de consciência. Guardei o teste na bolsa e fomos embora para a casa dos meus avós.
Chegando me tranquei no banheiro e fiz o teste, algo me dizia que daria negativo e em questão de segundos, a vida me pregou uma peça e já havia os 2 risquinhos. Não acreditava no que estava vendo e comecei a gritar por ajuda, minha prima veio logo em seguida e pedi para que ela me falasse o que ela estava vendo no teste, se era aquilo mesmo, cheguei a pensar que talvez eu estivesse delirando, minhas pernas tremiam, não consegui expressar nenhum sentimento e só pensava como seria criar um filho no mundo que estamos vivendo.
Eu ainda não conseguia acreditar que o teste tinha dado positivo e pedi para o meu avô me levar novamente ao Centro. Eles achavam que eu estava louca, afinal de contas eu já era casada, mas o medo, nervosismo e a inexperiência falavam mais alto dentro de mim.
Na farmácia comprei aquele teste que o farmacêutico tinha insistido para que eu levasse no começo, lembram? O que mostra o escrito “grávida” e as semanas. Voltei para casa e fiz novamente o teste e já não havia mais dúvidas, eu estava GRÁVIDA, de três semanas ou mais.
Você acha que acabou por aí? Claro que não! O próximo passo foi contar para meus familiares e meu marido! Mas isso fica para o próximo capítulo!