Ronald Roland, um narcotraficante natural de Limeira, movimentou mais de R$ 5 bilhões em um esquema de lavagem de dinheiro ao longo de cinco anos. A revelação foi feita pelo programa Fantástico da Rede Globo neste domingo (7), destacando a operação da Polícia Federal que prendeu Roland e desmantelou sua rede criminosa.
O limeirense, que sempre foi discreto, passou a chamar atenção da Polícia Federal após se mudar para Uberlândia, Minas Gerais. Morando em uma casa ampla em um condomínio de alto padrão, ele ostentava veículos de luxo, o que despertou a curiosidade dos vizinhos e, consequentemente, das autoridades.
“Uma pessoa chegando em casa com um veículo de R$ 500 mil. Uma semana depois, com um veículo de R$ 1 milhão. Outra semana, com um veículo de R$ 800 mil. Isso chamou a atenção da vizinhança. Quem é essa pessoa que mudou para cá?”, relatou Ricardo Ruiz, delegado da Polícia Federal em Uberlândia.
O delegado afirmou que a operação teve como foco principal combater a lavagem de dinheiro do patrimônio acumulado por Ronald através de atividades criminosas. A investigação revelou a aquisição de casas em nome de empresas cujos sócios eram pessoas sem capacidade econômica para tais aquisições, incluindo veículos e aeronaves.
“Acreditamos que mais de 100 empresas de diversas áreas estavam envolvidas, incluindo construção civil, aviação, locação de veículos, comércios em geral e investimento em criptomoedas. E mais de 200 pessoas estavam ligadas ao esquema, a maioria laranjas”, explicou Ricardo Ruiz.
Um relatório do Coaf, órgão de inteligência financeira do governo federal, detalhou como a quadrilha operava. Os criminosos realizavam depósitos fracionados de grandes quantias em caixas eletrônicos, para evitar a detecção. Em um episódio específico na Zona Norte de São Paulo, os criminosos depositaram R$ 60 mil fracionados em 20 envelopes.
A operação que levou à prisão de Ronald Roland é considerada um marco no combate ao narcotráfico e à lavagem de dinheiro no Brasil, evidenciando a complexidade e a abrangência dos esquemas criminosos contemporâneos.