Soldados venezuelanos abriram fogo nesta sexta-feira, 22, contra um grupo de civis que tentavam manter aberta uma passagem na região da fronteira entre a Venezuela e o Brasil. Uma mulher foi morta e ao menos 12 foram feridos, segundo Emilio Gonzalez, prefeito de Gran Sabana, onde aconteceu os disparos.
O ataque aconteceu na manhã desta sexta, quando uma escolta militar se aproximou de uma comunidade indígena de Kumarakapai. Os soldados abriram fogo com balas de borracha e gás lacrimogêneo quando os voluntários tentaram impedir que os veículos fechassem a passagem.
Ao menos 12 pessoas ficaram feridas, com quatro em estado grave.
A mulher, Zorayda Rodriguez, de 42 anos, foi morta, marcando a primeira fatalidade de uma operação internacional que tenta levar ajuda humanitária ao país, desafiando o governo de Nicolás Maduro.
Segundo afirmou em publicação no Twitter o opositor Juan Guaidó, os feridos serão transferidos para um hospital no Brasil porque na Venezuela não há remédios para tratamento médico.
“Eu pergunto às Forças Armadas, é constitucional que abram fogo contra indígenas desarmados?”, indagou Jorge Perez, um vereador que diz ter estado presente quando os soldados abriram fogo. “É constitucional matar indígenas?”
Ao menos 30 vizinhos da região foram às ruas após a ação, sequestrando três soldados, segundo Carmen Elena Silva, de 48 anos, e George Bello, porta-voz da comunidade indígena.
“A maior parte das pessoas apoia a entrada da ajuda humanitária e nós queremos a nossa fronteira aberta”, disse Carmen. “Isso é ajuda, não é guerra. Todos os dias morrem mais crianças”.
Um porta-voz do Ministério das Comunicações da Venezuela afirmou que não poderia comentar sobre o caso.
Os ativistas pertencem à aldeia Pemones, que se juntou à oposição para buscar a ajuda doada pelos Estados Unidos e por outros países fronteiriços. COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS