A Secretaria de Saúde de Limeira promoveu nesta segunda-feira (20) uma capacitação sobre febre maculosa voltada a médicos e enfermeiros das redes pública e privada do município. Durante o evento, a infectologista da Divisão de Vigilância Epidemiológica da prefeitura, Camila Pessoa, falou sobre a transmissão, sintomas e o tratamento da doença.
A médica ressaltou que a febre maculosa é uma doença infecciosa, febril, de gravidade variável, causada por uma bactéria do gênero Rickettsia. O principal vetor da doença é o carrapato estrela, caracterizado pelo corpo mais alongado que os demais. “Uma vez infectado, o carrapato transmitirá a doença durante todo o seu ciclo de vida – que varia de 18 a 36 meses.” Ela observou que roedores – incluindo as capivaras – equídeos e canídeos podem ser hospedeiros do carrapato.
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A transmissão, segundo Camila, geralmente ocorre quando o carrapato infectado permanece aderido à pele por um período de quatro a seis horas. “Apenas a picada do carrapato não significa que a pessoa desenvolverá a febre maculosa.” Por esse motivo, ela falou sobre a importância das chamadas “barreiras físicas” para dificultar o acesso do carrapato ao corpo da pessoa, como sapatos fechados, meias e calças compridas, além do uso de roupas claras para permitir a visualização do animal.
Camila salientou que a febre maculosa é uma enfermidade multissistêmica, ou seja, afeta vários órgãos. Dentre os principais sintomas, estão mal estar, fadiga, febre, dor de cabeça e nas articulações. Podem, ainda, aparecer exantemas (manchas vermelhas), predominantemente nas palmas das mãos e plantas dos pés.
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Além das manifestações clínicas, a médica alertou para a necessidade de o profissional de saúde pesquisar o histórico do paciente – se foi picado por carrapato e se esteve em áreas de risco. Ela esclareceu que os sintomas aparecem de 2 a 14 dias após o contato com o carrapato, sendo que a probabilidade maior é surgir de 5 a 7 dias. Em caso de suspeita, Camila destacou que o tratamento deve começar imediatamente, como forma de evitar o agravamento da doença, e que os medicamentos estão disponíveis na rede pública.
Outra questão, levantada pela chefe da Divisão de Controle de Zoonoses, Pedrina Aparecida Rodrigues Costa, foi a necessidade de notificação da doença, que além de uma exigência legal, possibilita que os departamentos de vigilância e controle do município possam conhecer a distribuição da doença e adotar medidas preventivas.
Também presente ao evento, o secretário de Saúde, Vitor Santos, falou sobre a importância da capacitação como forma de oferecer informações adequadas aos profissionais de saúde – responsáveis pelo primeiro atendimento ao paciente. Ele também ponderou que a presença de capivaras está relacionada a fatores ambientais. “Nós estamos ocupando um espaço que pertencia a esses animais”, frisou. As restrições legais que impedem o controle das capivaras também foram destacadas pelo secretário: “Não temos autorização para fazer o manejo”, disse.