Os usuários dos Planos de Saúde no Brasil estão migrando para o Sistema Único de Saúde – SUS. Segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), em três anos, houve redução de 3,1 milhões de usuários. Já o observatório da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) revela que os hospitais privados gastaram R$ 250 milhões a mais com despesas financeiras em 2016 na comparação com 2015. A associação ainda destaca que a quantidade de novos leitos que poderiam ter sido construídos, representa 6% dos 20.329 leitos que estão nos 80 hospitais membros da associação.
Para o médico, gestor em saúde e CEO do Sucesso Médico, Dr. Marcus Carvalho, o setor saúde está à beira de um colapso. Os profissionais médicos demonstram descontentamento com os honorários pagos pelas operadoras de saúde, enquanto os pacientes, insatisfeitos, não conseguem arcar financeiramente com os aumentos dos gastos na saúde. “Um ambiente, onde todos os players caminham independentemente e transbordam dificuldades deve ser revisto e reordenado para não haver canibalização dos elos”, analisa Dr. Marcus Carvalho.
Na contramão do que deveria ser ideal, de acordo análise do especialista, o ambiente externo acelera a queda na qualidade da prestação de serviço, seja pelo Sistema Único de Saúde – SUS ou nos Planos de Saúde. As possíveis molas propulsoras deste cenário, segundo Dr. Marcus, seriam: Crise econômica sem precedentes, alta taxa de desemprego, custos elevados dos insumos e serviços médicos e o envelhecimento da população.
Enquanto a demanda reprimida aumenta a passos largos, o modelo e valores implementados para remunerar os profissionais de saúde, tanto no público como no privado, já não se sustenta, dando sinais de que em breve poderá ruir.
“Este cenário está exigindo que as operadoras de saúde, os profissionais médicos e outros prestadores de serviço, discutam novas formas de medir valores e resultados, buscando um denominador comum. Frente a tudo isso, existem profissionais de saúde que precisam ser envolvidos nesta discussão, visando reestruturar os novos rumos da cadeia, ofertando treinamento a todo time de assistência em habilidades não-técnicas, como experiência do paciente, comunicação, inteligência emocional, liderança, gestão, custos e finanças”, detalha Dr. Marcus Carvalho, destacando que os profissionais com visão e engajamento, podem ser parte ativa da mudança, trazendo resultados para as organizações.
A avaliação do especialista é conclusiva ao salientar que o futuro da saúde será decidido em um cenário instável, onde todos os players deverão estar alinhados e aliados.