O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse não ter visto tentativa de ingerência política do presidente Jair Bolsonaro no Parlamento quando disse que o texto da reforma poderia ser ajustado no plenário. “Eu acho que o presidente quer dizer é que quer construir uma solução para as polícias. Não sei se é fácil, se é simples lavar as mãos e tirar as polícias da reforma. Eu acho que não é uma posição que devemos defender”, disse,
Para Maia, é preciso ver dentro do texto, dependendo do que o líder do governo proponha, se pode se construir algo. “Eu vou aguardar que todos compreendam até a próxima semana que o sacrifício de cada um de nós seja a garantia de um sistema que vai pagar o salário dos servidores em dia, das aposentadorias e garantir um equilíbrio atuarial do sistema e dando conforto para que investidores brasileiros e estrangeiros voltem a fazer investimentos de longo prazo no Brasil”, disse.
De acordo com Maia, se todos compreenderem que desta forma, o Brasil volta a crescer e a gerar receitas para os Estados e a União, vão ver que o resultado do que foi aprovado ontem (reforma na comissão especial) foi muito bom. “Qualquer mexida pode gerar uma posição diferente por parte daqueles que estão só aguardando a reforma da Previdência para voltar a fazer investimentos de longo prazo”, disse.
Maia reiterou que espera votar a reforma da Previdência no plenário da Câmara na terça-feira que vem e que conta com uma aprovação acima de 308 deputados. De acordo com ele, este quórum é resultado dos eleitores dos deputados, que passaram a compreender que o sacrifício da Previdência vale a pena para que as próximas gerações tenham um futuro melhor.
O deputado disse também acreditar que, até o final de agosto, a Câmara consiga votar o projeto de reforma da Previdência dos militares também. Perguntado sobre a reforma tributária, Maia disse que espera instalar na semana que vem a comissão especial que vai analisar a proposta apresentada pelo deputado Baleia Rossi (MDB-SP).
Regime Próprio
Maia disse nesta sexta que a solução para os policiais poderia ser uma transição na mesma proporção do Regime Próprio. “Eu acho que uma solução possível seria uma solução na mesma proporção da transição que nós fizemos para o Regime Próprio”, disse, acrescentando que o ideal seria não ter transição nenhuma.
“Até porque eles já estão com 55 anos, uma idade que atende às polícias. O problema deles é a integralidade e paridade. E esse é um tema que acredito que fica difícil para o Parlamento escrever que vai garantir paridade e integralidade para alguém até 2019”, disse Maia.
Maia lembra que os policiais já têm o Projeto de Lei Complementar que está na Justiça, que garante paridade e integralidade até 2013.
“Vamos tratar da idade mínima e de uma transição. A gente propôs uma transição. Não foi possível. Uma transição nos mesmos moldes .. não seria ideal mexer no texto agora, mas poderia acontecer. Mas acho que não é esse o problema dos policiais. O problema é que eles querem algo que eu acho difícil até 2019”, disse.