Uma mãe usou as redes sociais para alertar outros pais sobre o risco que as crianças estão correndo após sua filha ficar internada em um hospital de São Paulo, depois de sofrer envenenamento por bórax, um dos ingredientes do slime, conhecido também como geleca ou amoeba, que virou febre entre crianças e adolescentes.
>>Leia também: Produção de slime conquista crianças. Mas há riscos?
Cris Pagano usou o Facebook para contar o desespero que a família vem enfrentando nos últimos dias. A filha Valentina está internada há mais de uma semana.
Na publicação, ela relata que a menina apresentava um quadro de gastroenterite sem nenhuma razão aparente. Todos os exames estavam normais, hemograma e PCR inalterados, ultrassom e tomografia mostrando apenas um aumento e inflamação nos linfonodos intestinais. “E hoje, depois de muitos dias de angústia, vendo ela piorando a cada dia – apesar do esquema fortíssimo de medicação para vômitos -, sem comer nada desde o início do quadro, veio o diagnóstico: envenenamento por borax”, relata Cris.
Ela também alertou para o perigo dos slimes. “Mães, proíbam o uso nos slimes! O médico já avisou a Vigilância Sanitária, que informou já ter outras ocorrências”.
A menina também usou as redes sociais para alertar as pessoas “Todos os dias no hospital, eu estava fazendo slimes porque sempre que recebia uma visita, eu ganhava materiais. Enquanto eu mexia com isso, ele penetrava na minha pele indo para a minha corrente sanguínea”, conta. O médico suspeitou do produto, quando entrou no quarto e viu o produto e suspeitou do bórax.
Existem várias receitas de slime disponíveis na internet, principalmente em canais de vídeo no Youtube. A maior parte delas leva itens como como água boricada, espuma de barbear, tinta, amaciante, cola branca e bórax (também conhecido como borato de sódio).
O bórax, que teria provocado o envenenamento em Valentina, é altamente tóxico. Ainda assim, é possível encontrá-lo com facilidade no comércio. O produto serve de matéria-prima para itens como sabão em pó e inseticidas e também na fabricação de esmalte para porcelanas, limpeza de couro e até na taxidermia.
O produto é perigoso se inalado, ingerido ou absorvido através da pele. Alguns possíveis efeitos colaterais são irritação no trato respiratório, dificuldade para respirar, náuseas, vômitos, diarreia, irritação na pele e nos olhos (dependendo da superfície de contato).
Não quer dizer que todas as crianças que entram em contato com esses produtos terão problemas. Isso vai depender do tempo de manipulação, da quantidade usada, da predisposição da criança e do tempo de contato com o produto.
Em outra publicação, a mãe de Valentina diz estar assustada com a repercussão de sua publicação e esclareceu “Meninas estou assustada com a viralização do meu post… Minha filha, Valentina, NÃO BEBEU BÓRAX DILUÍDO EM ÁGUA, ela possui uma conta de slime, fazia muito e manipulava o bórax para diluí-lo em água diariamente! Somente postei para servir de alerta para que não aconteça com outras crianças”.