A Prefeitura de Limeira apresentou nesta terça-feira (13) a previsão orçamentária para 2026: R$ 2,232 bilhões. O valor integra o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) discutido em audiência pública na Câmara, mas apesar do montante bilionário, o peso da folha de pagamento e a baixa arrecadação de 2025 mostram que não há muita novidade no horizonte.
A secretária adjunta de Fazenda, Andréa Vilas Boas, justificou que a projeção está abaixo do ano anterior porque a arrecadação efetiva não correspondeu à expectativa. O orçamento de 2025, inicialmente otimista, foi revisto para R$ 2,054 bilhões.
O bolo e as fatias
O maior gasto previsto continua sendo com pessoal e encargos sociais, que somam R$ 1,04 bilhão – quase metade de tudo que Limeira arrecada. Enquanto isso, os investimentos que transformam a cidade e impactam o dia a dia da população, somam R$ 111 milhões – menos de 5% do total.
Outros R$ 77,4 milhões foram reservados para “imprevistos” na reserva de contingência. Os gastos correntes da máquina pública, que incluem manutenção e funcionamento das secretarias, chegam a R$ 1,96 bilhão.
Receita: menos do que se esperava
Na ponta da receita, o ICMS continua liderando com R$ 380,6 milhões, seguido pelo ISSQN (R$ 243,1 milhões) e o Fundeb (R$ 201,8 milhões). O IPTU, que pesa no bolso do contribuinte, trará R$ 198,7 milhões. Os números foram montados com base em projeções econômicas e no “sentimento” do que deve entrar nos cofres até o fim do ano.
Consulta pública: população quer o básico
Uma consulta popular feita pela Prefeitura mostrou que a população quer o de sempre: educação (22%), saúde (11%), cultura (10%) e meio ambiente (9%). Curiosamente, áreas como segurança, transporte e habitação seguem sendo relegadas a porcentagens tímidas.
Embora a audiência tenha sido aberta à população, apenas 277 pessoas participaram da consulta pública — um retrato da distância entre a gestão e os cidadãos comuns.
Promessas de sempre
O discurso oficial, apresentado com gráficos e planilhas na audiência pública, é o de equilíbrio fiscal, compromisso com metas e transparência. Mas na prática, a cidade continuará refém da mesma estrutura, onde quase tudo vai para custeio e folha, sobrando pouco para obras e melhorias que a população sente no dia a dia.
A Lei de Diretrizes Orçamentárias seguirá agora em tramitação na Câmara Municipal, que ainda deve receber o Plano Plurianual (PPA) em agosto e, depois, a Lei Orçamentária Anual (LOA) em setembro.