A qualidade do trabalho desenvolvido pela Secretaria de Saúde de Limeira no tratamento de pacientes com tuberculose recebeu na quinta-feira (16) uma menção honrosa durante o 20º Fórum Estadual da Tuberculose, promovido pela Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo. Durante o evento, que ocorreu à distância, foram anunciados os municípios paulistas com os maiores índices de recuperação de pacientes.
Limeira foi um dos dois municípios que conquistaram índice de cura superior a 80%, em toda a área de abrangência da Diretoria Regional de Saúde da região de Piracicaba (DRS-10), que engloba 26 municípios. O tratamento oferecido na cidade recuperou 81,97% dos pacientes atendidos no ano passado (2020). Foram 61 casos novos, desse total, 50 se curaram, 6 abandonaram o tratamento e 2 morreram (um de tuberculose e outro por causas diversas). Além de Limeira, Leme atingiu a meta considerada “ideal” pela Secretaria Estadual da Saúde, com índice de cura de 85% ou mais.
“O resultado obtido por Limeira é excepcional, resultado do trabalho de investimentos que estamos fazendo na saúde pública desde o início do nosso primeiro mandato”, afirma o prefeito Mario Botion. O prefeito cumprimentou todos os funcionários envolvidos nesse trabalho. “Atingimos praticamente a excelência no combate a essa grave enfermidade. Toda a equipe da Secretaria de Saúde merece nossos elogios”, complementa.
A chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica, Amélia Maria P. da Silva, afirma que o bom desempenho de Limeira deve-se ao cuidado no acompanhamento dos pacientes ao longo do tratamento, que dura seis meses. Pela estratégia adotada pela Divisão, denominada “Tratamento Supervisionado”, os pacientes debilitados ou acamados recebem diariamente a visita de um auxiliar de enfermagem, que fornece o coquetel de medicamentos e verifica a ingestão dos mesmos. Esse coquetel, conforme ela, pode conter de três a cinco comprimidos que devem ser administrados de uma única vez.
Quem apresenta quadro de saúde melhor, vai até a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima, onde um auxiliar de enfermagem faz a dispensação diária dos medicamentos e acompanha o paciente para confirmar se ele realmente fez uso do coquetel. “No ano passado, mesmo com a pandemia de coronavírus, seguimos com essa estratégia para atender os pacientes, incluindo aqueles que residem na zona rural”, destacou Amélia. Toda medicação é dispensada gratuitamente pela prefeitura.
Apesar da pandemia, Amélia observa que o índice de cura referente ao ano passado foi 10% superior a 2019, quando o município apresentou o percentual de recuperação de 74,24%. Dos 66 casos novos registrados naquele ano, 49 pacientes obtiveram cura, 10 abandonaram o tratamento e 6 morreram. Agora em 2021, dados da Divisão mostram a ocorrência de 27 casos novos, porém ainda não é possível estabelecer um patamar de cura, considerando-se que o tratamento é de longa duração.
A DOENÇA
A tuberculose é uma doença infecciosa, causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis (bacilo de Koch), que afeta principalmente os pulmões, mas pode se manifestar em outros órgãos do corpo, como ossos, rins e meninges (membranas que envolvem o cérebro). A transmissão ocorre pela inalação de gotículas que contém os bacilos expelidos durante a tosse, fala ou espirro. Além de tosse, há outros sintomas como dor no peito, febre baixa no fim do dia, emagrecimento, cansaço fácil, falta de apetite e sudorese à noite.
DIAGNÓSTICO
Paralelamente ao tratamento, Amélia destaca a importância do diagnóstico precoce da doença. Ela orienta que as pessoas com tosse há mais de duas semanas devem procurar a UBS mais próxima para fazer o exame que detecta a doença. Para tanto, um profissional da unidade fará a coleta do escarro do paciente. Não é necessário agendar consulta para passar pelo procedimento, basta procurar a equipe de enfermagem e apresentar RG e Cartão SUS. “A tuberculose demora para manifestar os sintomas, enquanto isso, ela vai contaminando as demais pessoas, principalmente os familiares. Nesse sentido, o diagnóstico precoce é uma medida importante, ao interromper a cadeia de transmissão da doença”, afirmou.