Mesmo após ser condenada a 8 anos e 6 meses de prisão por abandono de incapaz, que resultou na morte do menino Miguel Otávio de Santana, de 5 anos, há dois anos, Sarí Corte Real teve a prisão negada pela Justiça de Pernambuco (PE).
A assistência da acusação que representa a mãe de Miguel, Mirtes Santana, havia feito um novo pedido para Sarí ser presa, mas o juiz Edmilson Cruz Júnior, da 1ª Vara dos Crimes Contra a Criança e ao Adolescente da Capital, negou a solicitação. A peça é do dia 19 de julho, mas que só saiu no Diário oficial da Justiça nesta segunda-feira (25/7).
Em maio, na sentença de condenação, o juiz José Renato Bizerra afirmou que “não há pedido algum a lhe autorizar a prisão preventiva, a sua presunção de inocência segue até trânsito em julgado da decisão sobre o caso nas instâncias superiores em face de recurso, caso ocorra”.
De acordo com o texto da decisão, o próprio Ministério Público de Pernambuco se posicionou contrário ao pedido feito pela assistência de acusação, alegando que não há fato novo que justifique reavaliar a decisão.
Miguel Otávio de Santana tinha apenas 5 anos quando caiu do 9º andar de um prédio de luxo no Recife, em 2020. O menino era filho da empregada doméstica de Sarí.
No momento do acidente, o menino estava sob os cuidados da então primeira-dama do município de Tamandaré enquanto a mãe dele passeava com a cadela dos patrões.
Sarí foi condenada em maio deste ano, na primeira instância. Na sentença, o juiz permitiu que ela recorresse da decisão em liberdade.
Mesmo após alguns meses, a assistência de acusação fez um pedido para ela ser presa, alegando que Sarí teria desrespeitado medidas impostas pela Justiça. De acordo com a defesa da família de Miguel, a ex-primeira-dama de Tamandaré não está no endereço informado às autoridades.