Denúncia oferecida pela promotora Ana Beatriz Mayr, contra um homem que manteve a companheira e a filha dela em cárcere privado por três meses, na capital paulista, foi aceita pelo Poder Judiciário no dia 27 de junho. O réu, que teve também sua prisão preventiva decretada, responderá ainda por estupro, lesão corporal, ameaça, extorsão e racismo.
De acordo com a Promotoria de Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, o homem e a mulher iniciaram um relacionamento amoroso em dezembro de 2023, mas no mês seguinte o acusado passou a apresentar comportamento agressivo e possessivo, dizendo que mataria a mulher, seu ex-companheiro e seu filho de 8 anos caso os dois não permanecessem juntos.
Em janeiro deste ano, o denunciado obrigou a vítima a alugar um carro, em uma empresa, no bairro do Butantã. Na companhia da filha de 1 ano da mulher, eles passaram a dormir no veículo, estacionado na região de Pinheiros. Os três ainda se hospedaram em diversos hotéis de São Paulo.
Até março, o homem agrediu mãe e filha em diversas ocasiões, obrigando a mulher a manter relações sexuais na presença da criança. A menina, vítima de injúria racial ao ser tratada por termos pejorativos, chegou a ser privada de alimentação durante mais de 24 horas e sofreu tentativa de afogamento no chuveiro.
Forçada pelo acusado, a mulher procurou uma delegacia para dizer que estava em sua companhia por livre e espontânea vontade, tendo ainda sido forçada a comprar um televisor que foi revendido pelo réu.
Segundo Ana Beatriz, o cenário de violência só foi interrompido quando a vítima se aproveitou de um momento de distração do réu, quando estavam em uma lavanderia na Avenida Faria Lima, e pediu socorro a policiais militares.