A.J.O. será julgado pelo Tribunal do Júri de Cordeirópolis (SP) no dia 29 deste mês. O rapaz é acusado de matar o próprio pai, José Aparecido Olivato, no dia 15 de maio do ano passado, na residência da família, na Rua Fortunato Priminini, no Jardim Progresso. Na data do crime, ele chegou a alegar que ouviu vozes de espíritos.
O Ministério Público (MP) de Cordeirópolis acusa o rapaz de homicídio com duas qualificadoras: meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima. Na acusação, o promotor substituto Sergio Henrique Marino cita que A. aproveitou-se que sei pai estava deitado e desferiu golpes com um facão contra o genitor. A vítima tentou fugir, mas foi perseguida e novamente golpeada pelo acusado, que, desta vez, usou um enxadão. “Com o intuito de garantir que a vítima não sobreviveria, A. golpeou novamente José Aparecido, fazendo uso de uma faca”, completou o promotor.
Quando policiais chegaram no local, encontraram a vítima caída na garagem e o acusado ao lado dela. O rapaz estava ensanguentado e com uma bíblia nas mãos. Na época, ele confessou o crime e alegou que o cometeu após ouvir vozes de espíritos, que seriam seus guias espirituais.
Ainda na fase policial, o réu disse que o relacionamento com seu pai sempre foi turbulento e, quanto ao crime, mencionou que, no dia anterior ao homicídio, passou a ouvir vozes de espíritos, seus guias espirituais, e que tais vozes diziam que seu pai abusou dele quando tinha dois anos, bem como abusou da irmã.
No entanto, em juízo, A. mudou sua versão. Disse que estava lúcido no dia do crime e que, no dia anterior, lembrou-se que foi abusado sexualmente quando criança pelo pai, mas nunca tinha revelado esse fato para alguém. Ele negou que tivesse ouvido vozes de espíritos.
Após a Justiça aceitar a denúncia, A. foi pronunciado em outubro do ano passado. Na semana passada, o juiz José Henrique de Oliveira Gomes designou o dia 29 de setembro, às 13h, para o julgamento de A. pelo Tribunal do Júri, que ocorrerá a Câmara Municipal de Cordeirópolis.