A Prefeitura de Jundiaí (SP) economizou, apenas no primeiro semestre de 2021, R$ 2,8 milhões por meio da reciclagem do chamado RCC (resíduo da construção civil). Os valores correspondem ao que seria gasto para a compra de material da construção civil para diferentes obras feitas na cidade, como na aplicação do asfalto ecológico em ruas, avenidas e estradas, e na construção de praças.
Ao longo do ano passado, também foi possível uma economia robusta: com o reuso do RCC, foi possível deixar de desembolsar nada menos que R$ 7,3 milhões em 12 meses. Os dados são da Unidade de Gestão de Infraestrutura e Serviços Públicos.
“Além de ser ecologicamente correto, esse trabalho de reciclagem nos garante uma economia do dinheiro público e confirma algo que sempre perseguimos: uma gestão inteligente, moderna, alinhada com o melhor uso possível dos recursos”, explica o prefeito de Jundiaí, Luiz Fernando Machado. “Não por acaso, recentemente Jundiaí foi eleita a cidade que mais dá retorno em termos de serviços para sua população, a partir dos impostos pagos. Isso está relacionado com nosso modelo de gestão e governança.”
Em Jundiaí, todo o RCC produto da construção civil é levado para o Geresol (Gerenciamento de Resíduos Sólidos). Após ser despejado ali, ele passa por um inovador processo de separação através de esteiras que, ao fim, produzem diferentes tipos de pedras – divididas por tamanho e especificidade de seu material – que mais tarde são destinadas a obras públicas.
O gestor de Infraestrutura e Serviços Públicos, Adilson Rosa, lembra que o reaproveitamento do RCC foi fundamental para a pavimentação de diferentes vias na cidade, incluindo em regiões rurais. “Era uma cobrança antiga de moradores de bairros rurais de Jundiaí”, lembra Rosa. “Inclusive a chegada desse asfalto possibilitou o impulsionamento da economia nesses bairros, já que muitas empresas estão instaladas ali e utilizam essas vias para o escoamento da produção.”
Nos primeiros seis meses deste ano, o Geresol recebeu 150 mil toneladas de RCC. Ao longo do ano passado, a média mensal desse tipo de resíduo que chegou ao local é de 19 mil toneladas e, após o processo de reciclagem, a média mensal que foi reaproveitada atingiu a casa de 16 mil toneladas.
Recentemente, em reunião on-line, o sistema de reciclagem do RCC de Jundiaí foi apresentado para o secretário de Serviços Urbanos de Porto Alegre, Marcos Garcia, e para sua equipe. A capital do Rio Grande do Sul busca o exemplo de Jundiaí para instalar sistema semelhante.
Segundo o diretor do Departamento de Limpeza Pública, Márcio Alberto Moraes, a Prefeitura de Jundiaí consegue acompanhar todas as etapas da reciclagem, da contratação da caçamba por parte do gerador do resíduo (munícipe), passando pela chegada da caçamba ao Geresol (pela empresa cadastrada na prefeitura), até a separação desse material através de diferentes esteiras e a destinação das pedras que serão reutilizadas em novas obras municipais. “Com nosso sistema, podemos saber onde está cada caçamba e a qual empresa ela pertence”, explica Márcio. “Com esse controle e fiscalização, diminuímos também a quantidade de pontos de descarte ilegais na cidade.”