Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 55,7% da população do Brasil está acima do peso. Na última quarta-feira de julho deste ano, a Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) divulgou dados que apontam que um a cada cinco brasileiros atingem a obesidade. Um dos fatores que colabora para este índice é o estilo de vida pós-moderno. A alimentação envolve enlatados, industrializados, fast foods, transgênicos e congelados, somados ao descaso com os exercícios físicos, os quais são substituídos facilmente por uma, duas, três horas navegando em redes sociais, jogos virtuais, filmes e séries.
Bruna Cardoso se encaixava no perfil acima. Com 280 kg, ela não saía de casa. A movimentação da jovem era apenas entre um cômodo e outro. Da cama, para o sofá e do sofá para o banheiro. Ocupando sozinha os dois lugares do estofado, o pequeno deslocamento era um grande esforço físico, sendo necessário cerca de 30 minutos de descanso.
Uma amiga, ao ver a situação, decidiu tentar ajudá-la. Entrou em contato com uma clínica natural do interior de São Paulo e contou a história de Bruna. O diretor, juntamente com uma enfermeira, foi até a casa da jovem e conheceram sua realidade. “Ao ver a situação de perto, percebemos a necessidade de fazer mudanças estruturais para recebê-la. Colocamos barras, e adaptamos os espaços, visto que ela estava bem limitada de movimentos”, explica o diretor e médico Elson Nunes
Nos primeiros dias de internação, Bruna conta que sua menor dificuldade foi a dieta. Segundo ela, a adaptação foi imediata. “A parte mais difícil foi a dos exercícios físicos, pois fiquei muitos anos parada. A equipe teve muita paciência, esperaram meu momento de me sentir mais segura”, desabafa a paciente.
Com esforço, determinação e resiliência, Bruna perdeu 140 quilos em dois anos. Com a rotina regrada de atividades físicas, alimentos 100% naturais, chás, fisioterapia e psicologia, a jovem transformou sua vida. “Hoje a Bruna consegue fazer sozinha atividades simples e primordiais do dia a dia, como abaixar e pegar seu chinelo embaixo da cama”, exemplifica Nunes. O médico acrescenta que muitas vezes o peso não é o mais importante e sim a qualidade de vida. “Aos 22 anos, Bruna passou por uma bariátrica, mas a bariátrica do estilo de vida”, metaforiza.
Desde que conheceu os tratamentos com terapias naturais e a medicina do estilo de vida saudável, Bruna conta que se sente renovada, mas também, transformada. “A clínica me fez encontrar comigo mesma, a Bruna que existia, só que nem eu mesma sabia. Quando eu vim para cá eu descobri quem era eu de verdade”, relata a jovem.