Um grandalhão de 1m95 e 96 kg emotivo. É assim que Jean Pablo se encontra neste momento, após ser informado que não teria seu contrato renovado com a Internacional para o Paulistão de 2021.
Em entrevista ao Pimba nos Esportes, o quarto zagueiro disse que ficou surpreso com a decisão da diretoria e que sonhava encerrar a carreira no Leão.
O becão não escondeu a tristeza por sair, mas o tempo todo agradeceu o carinho da torcida e o quanto foi feliz no clube.
“Claro que estou triste. Tinha quase certeza que continuaria aqui, que teria meu contrato renovado, até pela história que tenho no clube. Dei minha vida para a Inter. Pode ter certeza, vou passar a torcer pelo Leão daqui para frente. Não só eu, como toda minha família. Fiz muitos amigos, ganhei o respeito de todos e deixei meu nome na história”, comentou.
Jean Pablo acredita que a expulsão diante do XV de Piracicaba na Copa Paulista, quando agrediu Tito no gol de empate do time visitante no Limeirão, possa ter um peso em sua saída.
“Se realmente esse foi o motivo, acho que a diretoria deveria analisar meu histórico no clube, que era muito bom. Não precisava ser uma decisão tão pesada assim. Tive apenas duas expulsões na Inter, uma contra o Nacional na A-2 de 2019 e essa agora. Sempre me dediquei ao máximo ao clube. Mas enfim, agora é procurar um novo clube, pois preciso sustentar a minha família. Um novo ciclo vem aí e vou buscar ser feliz novamente, como fui em Limeira”, comentou.
Jean Pablo disse que está arrependido pela expulsão contra o XV.
“Não dei um soco no Tito (centroavante do XV) como todos falaram. Se realmente eu tivesse feito isso, ele precisaria de atendimento médico. Ele falou umas palavras desnecessárias para aquele momento e acabei realmente esbarrando meu braço nele, mas nada de soco. Eu estava nervoso, até por nossa campanha ruim. A gente é profissional. Nunca fui disso, apesar do meu tamanho. A gente aprende com os erros. Tenho certeza que isso não acontecerá novamente”, justificou.
Jean Pablo disse que ficou decepcionado também com o desempenho da Inter na Copa Paulista e que tem a certeza que isso facilitou a saída de muitos jogadores, que poderiam tranquilamente ficar para o Paulistão, casos de Vinícius Pedalada, Vitor Braga e Wesley.
“Te juro, quando começamos a treinar sob o comando do Rafael Soriano e eu vi aquela molecada boa de bola, cheguei até pensar que chegaríamos longe na competição. Nosso time era bom e habilidoso, mas infelizmente não deu liga. A gente treinava bem demais e jogava mal. Não dava para entender”, confidenciou.
O zagueiro disse que não se arrepende por não ter aceitado o convite do Treze da Paraíba antes da Copa Paulista para jogar o Brasileiro.
“Estava tudo certo para eu viajar para a Paraíba. Mas na noite anterior eu fiquei incomodado. Deu até dor de barriga. Falei para minha esposa que não poderia deixar a Inter na mão naquele momento. Que os meninos novos que estavam chegando precisavam de mim, da minha experiência. Optei por não ir, mesmo sabendo que ganharia até quatro vezes mais. Faz parte”, contou.
Jean Pablo disse que não guarda mágoas do técnico Elano Blumer, que o sacou logo após a goleada sofrida para o Guarani por 4 a 0, na estreia do Paulistão.
“Elano é meu amigo. Um cara nota dez. Claro que eu poderia ter mais uma oportunidade, mas o Oliveira e o João Victor foram bem. Ele ficou com receio de mexer no setor. Todos tiveram uma chance. A minha só chegou contra o Palmeiras, antes da pandemia. Limeirão lotado. Vou te contar, encarei como se fosse o último jogo da minha vida. E não é fácil marcar Dudu, Rony e Luiz Adriano. Graças a Deus empatamos em 0 a 0 e esse pontinho nos ajudou demais”, frisou.
Jean Pablo rasgou elogios a Oliveira, que segundo ele, foi seu melhor companheiro na Internacional. “Deu liga né. Foi a zaga do acesso em Piracicaba. Meu pai Dirsão sempre brinca que onde o Oliveira cuspia eu sabia onde caía”, sorriu. Os dois podem jogar juntos no Velo Clube, com João Vallim, na Série A-2 do ano que vem.
Para finalizar, Jean Pablo, que em 37 jogos marcou 4 gols, disse que teve mais elogios do que críticas em sua passagem pela Internacional.
“O jogador precisa aceitar as críticas e aprender com elas. Mas pelas inúmeras mensagens que recebi após minha saída, tive a certeza que fiz um bom papel no clube. Que deixei meu nome na história. A Internacional sempre vai morar em meu coração”, completou.
Jean Pablo recebeu dois troféus por duas eleições diferentes, com cronistas esportivos e torcedores: de melhor quarto-zagueiro da Inter de Limeira de 2000 a 2020 e de segundo melhor defensor leonino de 1975 a 2020.
Acompanhe a entrevista neste link:
