As equipes de resgate usaram máquinas pesadas, pás e cães farejadores na segunda-feira (5), enquanto procuravam desesperadamente por sobreviventes de um deslizamento de terra na cidade litorânea de Atami que deixou pelo menos 4 mortos e 80 desaparecidos.
Duas pessoas foram encontradas com vida e sem ferimentos, segundo a emissora pública NHK, dois dias depois que uma espécie de tsunami de lama varreu vários edifícios na cidade, após chuvas torrenciais.
?? Mais de 100 pessoas desaparecidas após um deslizamento de terra mortal em Atami, no Japão, que ocorreu no sábado.
— Thais Garcia (@ThaisConexao) July 5, 2021
Atami, uma cidade de 36 mil habitantes, fica a 96,5 km a sudoeste de Tóquio. Ela está situado em uma encosta íngreme que leva a uma baía e é famosa por um resort de fontes termais. O prefeito Sakae Saito disse que a cidade ainda não havia confirmado até ontem a localização de 80 pessoas, com as autoridades verificando registros de residência e visitando abrigos, segundo a mídia japonesa.
Eiji Suzuki disse que saiu correndo de casa ao ouvir um barulho repentino e, logo em seguida, viu o deslizamento de terra se aproximando. Ele tentou voltar para casa e ajudar sua mãe de 82 anos, mas a polícia pediu que ele saísse da área e deixasse o trabalho com eles. Ela foi resgatada, mas morreu mais tarde no hospital.
Algumas áreas receberam mais chuva em 24 horas do que normalmente recebem em todo o mês de julho. Segundo autoridades locais, Atami registrou 313 milímetros de chuva em 48 horas – sexta-feira e sábado -, enquanto a média para o mês de julho foi de 242 mm nos últimos anos.
Os deslizamentos de terra são um lembrete dos desastres naturais – incluindo terremotos, erupções vulcânicas e tsunamis – que assombram o Japão, onde a capital Tóquio sediará os Jogos Olímpicos a partir deste mês. Mas a culpa pode não ser toda da natureza.
O governador da região de Shizuoka, Heita Kawakatsu, disse que a prefeitura está investigando se os projetos de construção no local também desempenharam um papel na tragédia. A suspeita é que eles tenham empurrando um grande monte de terra para um rio na região e, ao mesmo tempo, desmatado a área, reduzindo a capacidade dos solos das montanhas de reter água, de acordo com relatos da mídia japonesa.
O secretário de gabinete, Katsunobu Kato, pediu atenção por um solo tão saturado e enfraquecido que, segundo ele, mesmo uma chuva leve pode representar um perigo. O primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, prometeu um esforço total para resgatar os sobreviventes.
As fortes chuvas continuaram na região de Shizuoka, assim como em outras áreas do Japão, informou a agência meteorológica nacional, que advertiu para a possibilidade de mais deslizamentos. Ainda ontem foram emitidas ordens de retirada não obrigatórias para 35,7 mil pessoas no país.
Nos últimos anos, o Japão enfrentou números recordes de inundações, com deslizamentos de terra, e, em diversos casos, com um elevado número de vítimas.
Foto: Reprodução/Twitter.