Aos 96 anos de idade, Giuseppe Paterno passou por inúmeros períodos difíceis de sua vida e da história mundial. Entre eles, guerra, pobreza infantil e, mais recentemente, a pandemia do novo corona vírus.
Na última semana de julho, o ex-ferroviário deu um passo à frente ao receber seu diploma e a tradicional coroa de louros, concedida aos estudantes italianos quando se formam, se tornando o mais velho universitário graduado na Itália.
O idoso foi aplaudido por sua família, professores e colegas de classe, mais de 70 anos mais jovens que ele.
Ele se formou como o primeiro é sua classe com as principais honras, recebendo parabéns do chanceler da universidade, Fabrizio Micari.
Aos 90 anos, Paterno se matriculou em História e Filosofia na Universidade de Palermo, ele cresceu amando livros, mas nunca teve a oportunidade de se graduar, tendo que se dedicar ao trabalho e à família num período pós segunda guerra mundial, onde integrou a marinha antes de se tornar ferroviário.
“Eu disse: ‘é isso, agora ou nunca’ e, portanto, em 2017, decidi me matricular. Entendi que era um pouco tarde para obter um diploma de três anos, mas disse para mim mesmo ‘vamos ver se consigo'”, disse Giuseppe.
Durante todos os anos de faculdade, o idoso fez todos os seus trabalhos numa máquina de escrever que ganhou de sua mãe décadas atrás. Ele evitou ao máximo recorrer ao Google, utilizando apenas livros como fontes de pesquisas.
Neste período em que as aulas estão sendo adaptadas em ambiente virtual, Giuseppe sentiu um certo desconforto, mas logo conseguiu pegar o ritmo e concluir com louvor sua graduação. “Meu projeto para o futuro é me dedicar à escrita; quero revisitar todos os textos que não tive chance de explorar mais. Esse é meu objetivo”, disse ele.