Logo que terminou a fase de classificação do Campeonato Paulista e a Internacional se manteve na elite após empatar sem gols com a Ferroviária, em Araraquara, Pintado anunciou que não comandaria mais o Leão. Alegou que tinha problemas particulares para resolver.
Pois bem, não demorou muito e o treinador está empregado novamente. Pintado foi anunciado pelo Juventude e vai comandar o time de gaúcho no Campeonato Brasileiro da Série B.
O técnico chega para sua segunda passagem pelo time de Caxias, pois já esteve à frente do Juventude em 2020, quando conquistou o acesso à Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro. Na época, o time se classificou em terceiro lugar da tabela, com 61 pontos em 38 rodadas. Ainda na passagem, Pintado levou o Juventude até as oitavas de final da Copa do Brasil.
Pintado chega para o lugar de Celso Roth, que pediu demissão no fim de fevereiro. Além do treinador, o auxiliar Fabinho Félix (que vai comandar a Inter até o fim da Taça Independência) e o preparador físico Luís Fernando Goulart fazem parte da nova comissão técnica do time verde e branco.
Em sua terceira passagem pela Inter, Pintado comandou o Leão em 12 jogos. Foram três vitórias, dois empates e sete derrotas. O alvinegro teve o pior ataque da competição, com quatro gols e uma das piores defesas, com 18 gols sofridos. Pela primeira vez na história, um time se salva do rebaixamento no Paulistão tendo marcado apenas quatro gols.
Além de conseguir manter a Inter na divisão de elite, o empate em Araraquara na última rodada garantiu ao Leão uma vaga na Série D do Campeonato Brasileiro de 2024.
Pintado deixa a Veterana no posto de sexto treinador com mais jogos pelo clube. Em suas três passagens foram 56 jogos no total, com 24 vitórias, 13 empates e 19 derrotas. Seu ataque marcou 71 gols e sua defesa sofreu 77.
Pintado só está atrás de Pepe (119 jogos), Paçoca (113), João Vallim (110), Levir Culpi (82) e Sérgio Clérice (62).
Outros três profissionais também deixaram a Internacional. O primeiro deles é o executivo de futebol Moraci Sant’anna, ex-São Paulo e Seleção Brasileira. Multicampeão como preparador físico, Moraci teve seu trabalho contestado pela imprensa e principalmente pela torcida.
Com toda credibilidade que tem e com o nome forte no futebol, não conseguiu trazer um jogador de ponta para a Inter nesse Paulistão, nem mesmo do São Paulo onde tem as portas escancaradas. Também não trouxe uma empresa de nome nacional para o Major Levy. Para completar, concedeu poucas entrevistas e quase nenhuma explicação dos momentos ruins que o Leão passou nesse Estadual.
O segundo a sair é Enory Martins, outro que teve seu trabalho bastante contestado. Como analista de desempenho, muito elogiado por Pintado diga-se de passagem, conseguiu montar um dos piores times da Internacional na história.
O Leão contratou atacantes que não marcavam gols em suas ex-equipes. Não foi à toa que o Leão teve o pior ataque da competição, com apenas quatro tentos. Ainda bem que um novo analista de desempenho será o responsável pelas indicações para a próxima Série D do Brasileiro.
Para completar, o preparador de goleiros Willian Castro também deixou a Inter. Esse sim merece os parabéns pelo trabalho que realizou. Atuou em um setor que a Inter foi muito bem servida nesse Paulistão.
Fez um trabalho de excelência com os goleiros Léo Vieira, Alan Gobetti e Luís Cetin. Mesmo com 18 gols sofridos, o Leão era para ter levado muito mais, não fossem as defesas milagrosas de Léo Vieira, um dos melhores arqueiros do Estadual.
Castro teve a ajuda de Wagner Mora, ex-goleiro da Inter e que trabalhou no Independente como preparador de goleiros. Foi o responsável pela ótima atuação de Higor Bassetto na Copa São Paulo de Juniores.