Nunca foi fácil para o Independente. O próprio hino diz: “nasceu pobre, sem fama e sem glória”. A história do alvinegro sempre foi sofrida. Talvez por isso, as poucas conquistas que tem ao longo dos anos são valorizadas pelos seus torcedores.
Hoje, mais um capítulo dessa história pode ser escrito. Mais uma vez o Independente entra em campo com a obrigação de vencer. Foi assim nos quatro jogos restantes da primeira fase e agora em Mauá.
O Galo enfrenta o Mauaense, às 15h, no Estádio Pedro Benedetti, pela última rodada da segunda fase. Pensa num gramado horrível. Agora você multiplica por dois. Essa é apenas uma das adversidades que o alvinegro terá pela frente nesta tarde.
Com uma vitória, um empate e três derrotas, o Independente inicia esta rodada derradeira na lanterna do Grupo 4, com apenas quatro pontos. O Mauaense ainda não venceu. Curiosamente foram cinco empates, um por 2 a 2 em Assis, três por 0 a 0, sendo dois contra o líder Tanabi e um contra o Assisense, em casa, e outro por 1 a 1 com o Independente, na abertura desta fase.
No primeiro turno, o Independente vinha embalado e motivado pela classificação. O Pradão estava bonito, com quase 700 torcedores. O Galo teve a chance de abrir o placar com Luan no primeiro turno, mas o meia desperdiçou uma penalidade máxima. O goleiro Diego Santos acertou o canto.
Ainda no primeiro tempo, o goleiro Jonathan saiu precipitado de sua meta e colocou a mão na bola fora da área, sendo expulso. Mesmo assim, o zagueiro artilheiro Gabriel Hilário marcou de cabeça no início do segundo tempo: 1 a 0.
Mas o Mauaense dominou a etapa complementar e empatou com Bruno. Na sequência, o Galo ficou com nove, após a expulsão do volante Araújo. Foi um Deus nos acuda até o fim, mas ficou mesmo no 1 a 1.
O problema do Independente nesta segunda fase foi só ter vencido o Assisense, no Pradão. E ainda por cima aos 51 minutos do 2º tempo, através do novato Allan Venâncio.
Foram duas derrotas seguidas fora de casa, para Tanabi por 2 a 0 e diante do Assisense, em Marília, por 1 a 0.
O Galo vem de derrota para o Tanabi por 3 a 0, em casa. “Foi bem dolorido pela forma como aconteceu. Jogamos bem apenas os 30 primeiros minutos. Perdemos boas chances, uma delas com Juan Mosquera na cara do gol. A partir do gol que sofremos no fim da primeira etapa, nosso time se perdeu e foi envolvido pelo líder. Todos sabem que moro em Campinas. Minha decepção foi tão grande, que quase dormi no alojamento do Pradão”, confidenciou o técnico Lúcio Borges.
O treinador aproveitou toda sua psicologia para motivar o elenco. Ele usou a palavra “merecimento” por tudo que o elenco passou esse ano. “Tenho certeza que Deus tem um propósito para a gente. Ninguém acreditava no Independente quando cheguei. Conseguimos quatro vitórias seguidas. Ninguém botava fé neste milagre. E hoje temos chances de avançar para as semifinais. Pode escrever aí, nosso acesso vai virar um livro”, destacou.
O Independente sabe que não depende apenas de suas forças. Além de vencer em Mauá, será preciso torcer para que o Assisense não derrote o já classificado Tanabi fora de casa. O jogo será no mesmo horário.
Mas o Independente tem um trunfo nas mãos: a briga entre Assisense e Tanabi na primeira fase. O time de Assis perdeu até um mando de campo e enfrentou o Independente em Marília.
Os dirigentes do Tanabi prometeram que vão se empenhar ao máximo para complicar a vida do Assisense. “Ganhem em Mauá que a gente garante em Tanabi”, dizia um dirigente na saída do Pradão.
Mas o Galo tem problemas. A suspensão do atacante Cauã Andrade pelo terceiro cartão amarelo não estava nos planos de Lúcio Borges. “Perdi um dos melhores jogadores do time. O Cauã é muito útil. Já utilizei ele em três posições, como segundo volante, como meia avançado e como extremo. Fará muita falta nesse jogo decisivo”, comentou o professor.
No coletivo final, Lúcio escolheu Menezes como substituto de Cauã Andrade. O treinador admitiu no Podcast Você é Pimba que não sairá para o jogo. “Não podemos ser afoitos só porque precisamos vencer. O placar de 1 a 0 já serve. Temos 90 minutos para marcá-lo. Vamos jogar da mesma forma, fazendo uma marcação alta e explorando a velocidade do nosso ataque. Vou manter o mesmo esquema e jogar da mesma forma. Agora não é hora de mudar nada”, justificou.
Mais uma vez o treinador deu uma atenção especial para as bolas aéreas. O Independente sofre muitos gols pelo alto. “Cara, te juro, não é falta de treino. Melhoramos o posicionamento nas bolas paradas para que esses erros não surjam em Mauá. Agora um erro pode ser fatal”, frisou. Lúcio Borges vai mexer na zaga, com o retorno de Yuri no lugar de Léo Lopes.
Confrontos
Segundo o historiador Kina Mercuri, Independente e Mauaense se enfrentaram 10 vezes na história. São cinco vitórias galistas, dois empates e três vitórias do time de Mauá. O alvinegro marcou 15 gols e sofreu 13.
Em Mauá foram cinco confrontos, com três vitórias galistas, um empate e somente uma derrota. O Galo marcou 9 gols e sofreu 6. Faz seis jogos que o Independente não perde para o Mauaense (quatro vitórias e dois empates).
No outro grupo tivemos na última rodada: Mauá 1 x 0 Ecus Suzano e Batatais 2 x 2 Guarulhos. A classificação está assim: 1) Ecus e Mauá 9, 3) Batatais 7 e 4) Guarulhos 4. A última rodada terá: Guarulhos x Mauá e Ecus x Batatais.
Mauaense x Independente
Mauaense – Diego Santos; André Vinícius, Murilo, Douglas Lopes e Enzo; Kawann, Kaique Kainã e Nicolas; Lucas Andrey, Wesley e John. Técnico – Fredson de Freitas.
Independente – Jonathan; Matheus Oliveira, Gabriel Hilário, Yuri e Baxola; Eduardo Processo, Araújo e Luan; Vitinho, Juan Mosquera e Menezes. Técnico – Lúcio Borges.
Árbitro – Murilo Tarrega Victor
Assistentes – Daniel Paulo Ziolli e Raphael de Albuquerque Lima
Local – Estádio Pedro Benedetti, em Mauá, às 15h.
