Reconhecidas pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como integrantes da categoria de Medicina Tradicional ou Complementar, as chamadas Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) tiveram suas práticas instituídas no Brasil pela Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC). Sendo assim, desde 2006, mais de 29 opções de tratamento, como acupuntura e aromaterapia, são oferecidos à população brasileira por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
Uma das principais características destas terapias consiste no fato de elas serem menos invasivas, servindo de alternativa para pessoas com restrições a alguns tipos de medicamentos ou tratamentos considerados mais convencionais. “Os pacientes querem evitar efeitos colaterais e outros problemas que podem ser desencadeados pelo uso excessivo de medicações. Nesse sentido, a busca por tratamentos integrativos e complementares tem se tornado uma ótima opção”, explica a Dra. Leticia Fontes, diretora da QuantumLife, clínica especializada em tratamentos ortomoleculares e ozonioterapia.
Tratamento recentemente regulamentado no Brasil
Entre as opções de tratamentos complementares, a ozonioterapia chama a atenção. A prática consiste na administração do ozônio medicinal no organismo, estimulando regulação e equilíbrio em diversos sistemas do paciente, inclusive imunológico. Regulamentada pelo Conselho Federal de Biomedicina em junho de 2020, por meio da Resolução Nº 321, é uma das terapias que integram as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde oferecidas pelo SUS, tendo a sua aplicação terapêutica ganhado cada vez mais estudos no país.
Dra. Fontes explica que, atualmente, diversos profissionais da área da saúde podem realizar o procedimento. “Os Conselhos de Classe Profissionais de fisioterapia, farmácia, enfermagem, medicina veterinária e biomedicina apoiam e regulamentam o uso da prática, extraindo o melhor para cada área de atuação. Além disso, temos também os profissionais de odontologia – estes foram alguns dos primeiros a aderirem à terapêutica”, comenta.
A médica explica que, para aderir à prática de ozonioterapia, cada profissional deve entender qual curso de formação específica deve ser realizado. “O cirurgião dentista, por exemplo, precisa de um curso de formação específica reconhecido pelo CFO, com ao menos 32 horas/aula. Já os fisioterapeutas devem comprovar habilitação perante o Coffito, com formação mínima de 80 horas”, esclarece.
A profissional responsável pela clínica QuantumLife ressalta que, embora a atividade ainda seja vista como experimental por alguns Conselhos, pelo seu estágio de pesquisas, existem quase 5 mil publicações sobre o tema na PubMed, plataforma de artigos científicos da área da saúde. Ela classifica como uma “grande vitória” a regulamentação da prática no Brasil. “Com isso, temos mais cuidados e saúde para toda a população, pois temos mais possibilidades de acessibilidade ao tratamento”, celebra.