Menos de um mês após apresentar a segunda geração de sua caixa conectada, o Google anunciou na segunda, 11, a chegada ao País do Nest Mini (sucessor do Google Home). Ele estará à venda por R$ 350. no varejo físico e online, incluindo nomes como Lojas Americanas, Casas Bahia e Fast Shop. O valor é o mesmo do principal concorrente do Nest no Brasil, o Amazon Dot, lançado por aqui no último mês de outubro.
A novidade deve esquentar não apenas o mercado de caixas conectadas, mas também o de casas conectadas. A empresa falou de parcerias com diferentes fabricantes de eletrônicos para produtos de casas conectadas, como Sony, Positivo, LG, JBL, TCL e Bose.
Além disso, o Google vê o Nest como mais uma peça na engrenagem para tornar o Google Assistant, o assistente digital da empresa, ainda mais presente na vida dos usuários. “O Nest complementa o ecossistema de Assistant no Brasil”, disse a empresa na apresentação do produto. O dispositivo tem também parcerias digitais, como Spotify, Netflix e iFood.
A principal novidade do Nest é que ele terá botões para ajuste de volume e pausa – essas opções de controle foram eliminadas da versão anterior porque o recurso acidentalmente gravava áudios. Ele terá alto-falantes 40% mais graves e a melhoria de 80% na velocidade do Google Assistente. O aparelho terá um suporte para ser fixado na parede.
O dispositivo é feito a partir de garrafas PET 100% recicladas e terá duas cores no País: giz (cinza) e carvão (preto).
PRIVACIDADE
Ao lançar o Nest, o Google prometeu utilizar um chip que faz todo o processamento do áudio no próprio aparelho, em vez de encaminhar essas informações para a nuvem – uma medida vista por especialistas como fator de aumento de privacidade. O chip, porém, não estará ativo na sua chegada ao Brasil. Segundo Larissa Rinaldi, especialista em linguística do português no Google, ainda é necessária uma adaptação, que não foi feita ainda, pois a companhia considerou que isso atrasaria a chegada do produto ao País.
Em julho, o Google encontrou polêmica ao ser revelado que funcionários da companhia escutavam os áudios de usuários do Assistant. Na indústria, o papel de humanos para treinar máquinas a conversar é amplamente conhecido – são eles que transcrevem áudio e indicam ao sistema se estão entendendo corretamente as informações. Na época, o Google reforçou isso em sua resposta: “Essa é uma parte fundamental do processo de construir tecnologia de voz”, escreveu no blog do Google David Monsees, gerente de produto do Google Search.
Rinaldi confirmou que humanos ouvem pequenos fragmentos de áudio para saber se a máquina está entendendo corretamente as palavras Isso, porém, não significa que o autor possa ser identificado – na verdade, nem frases inteiras podem ser identificadas, já que as frases são fragmentadas. A partir disso, o áudio é convertido em texto e informações como nomes e localizações são anonimizados.
Segundo ela, é a partir deste momento que funcionários podem ter acesso a frases maiores para que possam garantir que o sistema está atendendo corretamente os comandos. A executiva comanda uma equipe de cinco pessoas no Brasil, que trabalham na versão do Assistant voltado para o nosso português. Outras cinco pessoas em Portugal trabalham na versão local do sistema. Todas as informações enviadas ao sistema ficam armazenadas com criptografia por um período entre sete e 60 dias, diz a executiva.