Em um feito médico impressionante, as gêmeas Allana e Mariah, de 2 anos, que nasceram unidas pela cabeça, foram finalmente separadas após uma cirurgia que durou cerca de 25 horas no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, São Paulo.
A operação, que começou no sábado (19) e terminou no domingo (20), foi a culminação de várias cirurgias realizadas nos últimos meses. Atualmente, as irmãs estão se recuperando na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital, e ainda não há uma data definida para sua alta.
A complexidade do procedimento exigiu a expertise e dedicação de uma equipe de 50 profissionais, incluindo médicos, enfermeiros, instrumentadores e equipe de apoio. A cirurgia envolveu a dissecção de cerca de 25% dos vasos sanguíneos que ainda conectavam as irmãs, seguida de uma cranioplastia para fechar a calota craniana e a pele de cada uma.
Originalmente programada para julho, a cirurgia foi adiada devido a uma suspeita de dengue nas gêmeas. Antes da operação, Allana e Mariah passaram por um procedimento de expansão das bolsas instaladas sob a pele de suas cabeças, preparando-as para a cobertura craniana pós-separação. Essas bolsas alcançaram volumes impressionantes de 530 ml e 670 ml.
Além disso, exames de ressonância magnética e tomografia foram realizados para avaliar as condições cerebrais das meninas antes da cirurgia definitiva.
Uma Jornada Médica
A trajetória das irmãs no mundo médico começou em agosto de 2022, quando foram submetidas à primeira neurocirurgia para separar as veias do cérebro. Em novembro do mesmo ano, passaram por um segundo procedimento.
O caso de Allana e Mariah é extremamente raro, ocorrendo apenas uma vez a cada 2,5 milhões de nascimentos. Nascidas em Ribeirão Preto em 9 de dezembro de 2020, elas vivem com a família em Piquerobi (SP). A condição foi diagnosticada ainda durante a gestação, e desde 2021, as gêmeas são acompanhadas pelo Hospital das Clínicas.
A equipe médica utilizou tecnologia de ponta em todos os procedimentos, incluindo exames clínicos, laboratoriais, ressonância magnética e tomografia computadorizada integrada a um sistema de realidade virtual.
Mais detalhes sobre a cirurgia e o estado de saúde das irmãs serão divulgados em uma coletiva de imprensa no final de setembro.