O Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), da Polícia Militar de São Paulo, é responsável por atender ocorrências envolvendo artefatos explosivos e ameaças de bomba em todo o estado. A atuação exige preparo técnico, treinamento especializado e controle emocional das equipes envolvidas.
De acordo com o coronel Valmor Racorti, do Comando de Policiamento de Choque, um policial treinado para se aproximar de explosivos — chamado explosivista — leva, em média, dois anos para atingir a capacitação necessária. Esse tempo envolve formação técnica, prática com cenários simulados e conhecimento de protocolos de segurança.
As situações com suspeita de bomba exigem que o agente consiga avaliar riscos à distância e, muitas vezes, orientar a vítima sobre como agir. “A principal dificuldade na abordagem a uma vítima com um artefato explosivo é justamente manter a pessoa tranquila, para que o policial possa identificar o problema”, explica Racorti.
Em certos casos, o contato é feito remotamente, com instruções transmitidas à vítima, que pode ser orientada a executar ações específicas até a chegada do apoio tático.
Quando necessário, o Gate utiliza robôs e ferramentas especializadas para realizar intervenções sem risco direto às equipes. O equipamento pode levar até ferramentas como alicates ou chaves, permitindo que a própria vítima realize ações sob orientação.
Esse tipo de intervenção foi considerado em uma ocorrência recente no Rodoanel, atendida na quarta-feira (12). A vítima alegava estar conectada a um artefato, mas após avaliação, constatou-se que não havia explosivo real. Segundo o coronel, cada caso é avaliado individualmente, com adaptação tática conforme o cenário.
Planejamento técnico e apoio psicológico
As ações do Gate seguem um planejamento técnico rigoroso, com avaliação de fatores como o ambiente, tempo de resposta e condições de abordagem. As equipes também contam com o apoio de psicólogos durante as operações, principalmente para garantir a segurança emocional da vítima e dos agentes.
“Mesmo diante da urgência, a segurança jamais pode ser comprometida”, reforça Racorti.




