Nesta segunda-feira (10/2), o MPSP – Ministério Público de São Paulo – ofereceu a primeira denúncia criminal no âmbito da Operação Tacitus, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) e pela Polícia Federal, no dia 17 de dezembro de 2024, com o objetivo de desarticular organização criminosa voltada à lavagem de dinheiro e a crimes contra a administração pública (corrupção ativa e passiva).
A partir da análise do material apreendido, em endereços ligados aos oito presos, naquela ocasião e outras diligências, restou comprovado que um investigador em posição de comando na 5ª Seccional, na zona leste de São Paulo, exigiu e recebeu, diversas vezes, vantagem indevida para deixar de praticar ou retardar atos de ofício.
Ainda de acordo com o GAECO, ele dissimulou a origem ilícita e a localização de recursos provenientes dos crimes de organização criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro que mantinha em seu apartamento, cujo valor é incompatível com seus vencimentos.
No dia da operação, que contou com apoio da Corregedoria da Polícia Civil, foi apreendida, na residência do acusado, planilha impressa, de várias páginas, contendo nomes, apelidos, endereços e valores relativos ao recebimento de vantagens indevidas de estabelecimentos comerciais e de empresários, bem como dinheiro em espécie em moeda nacional, dólar e euro equivalentes a R$ 724.874,68.
Os endereços da planilha referem-se a locais onde se explora jogos de azar, prostituição, desmanche e postos de gasolina, fato que proporcionava ao acusado realizar o que no jargão policial se define como “recolhe”.
Na ação, o GAECO, além requerer ao juiz da 1ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital o estabelecimento de pena de privação de liberdade contra o policial, pede ainda que se declare perda do cargo público e fixação de R$ 724.874,68 como forma de reparação de dano moral coletivo.
Os promotores pretendem também que o juiz autorize o compartilhamento de provas com a Promotoria do Patrimônio Público, que pode tomar providências no âmbito civil, Polícia Federal e Corregedoria da Polícia Civil.